Base unida? Oposição unida?

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colunista para a vilas magazine

A pergunta que agita os bastidores da política em Lauro de Freitas é se os grupos de oposição e situação estão unidos e seguirão esse caminho até o final realmente. A história da cidade mostra que a aliança petista, liderada por Moema Gramacho, sempre buscou agregar forças, trazendo os mais variados partidos pra sua base, com exceção do União Brasil. A atual prefeita começou a fazer política na cidade em 2003, após a primeira eleição de Lula, e durante esses mais de 20 anos não teve em sua base o PFL, Democratas ou União, partido que foi mudando de nome ao longo do tempo.

Em 2012, capitaneado pelo então vereador de oposição Márcio Paiva, o Partido Progressista (PP) conseguiu juntar-se a diversas siglas partidárias, “unindo” as oposições na cidade e levando a melhor nas eleições daquele ano. A vitória se deu sobre o escolhido por Moema para sua sucessão, o ex-tucano João Oliveira.

Acontece que Dr. Márcio não manteve o grupo unificado ao longo do seu mandato. Cada força partidária puxou a corda para o seu lado e sua administração acabou depois de quatro anos sem uma marca na cidade e com muitas críticas a atuação do prefeito.

Em 2020, o mesmo PP foi determinante para a quarta vitória de Moema e agora tenta juntar os principais partidos de oposição em torno de um “novo” projeto político para Lauro de Freitas. Moema deve mudar de estratégia na cidade e repetir a fórmula de sucesso no estado, quando Jaques Wagner escolheu um quadro técnico para o suceder. Da mesma forma, agiu seu escolhido, Rui Costa, que optou pelo secretário Jerônimo Rodrigues nas últimas eleições, deixando de lado nomes que tinham uma força política maior, inclusive o da própria Moema.

A atual presidente da Câmara de Vereadores, Naide Brito, ainda se movimenta para ter o apoio dos colegas da base do governo e ser indicada a sucessão de Moema, contrariando todas as expectativas. 

O bolsonarismo é um advento novo em Lauro de Freitas e, aparentemente, precisa aprender a dialogar com o outro lado da orla, mais popular e povoado, pois este é essencial para uma vitória nas urnas. João Roma declarou em entrevista à Rádio Brado que quer de fato lançar uma candidatura própria do Partido Liberal, na cidade, mas o pretenso candidato do PL, deputado Leandro de Jesus, tem um longo caminho para percorrer caso queira colocar seu nome à disposição dos eleitores da cidade.

João Leão, por sua vez, tomou para si a responsabilidade de unificar a oposição, e realizou um encontro com o grupo de insatisfeitos, no dia 19 de agosto, no Clube Ipitanga. Duas figuras importantes estavam ausentes: a vereadora Débora Régis, que está batalhando na justiça para não perder seu mandato e poder disputar as eleições, e Mateus Reis, que segue com o sonho de ser prefeito, oportunizado em 2016 e lhe tirado em 2020. Falta de um alinhamento de ideias e a inexistência de projetos para o município fazem com que todas as candidaturas até então colocadas estejam pautadas apenas em nomes e não em propostas concretas de melhorias para o município.

É exatamente isso que existe de comum em todos agrupamentos políticos de Lauro de Freitas: a sua notória desunião, pois há uma grande diferença entre ser ou estar unido. Uma união sólida é construída na confiança mútua e no alinhamento de ideias, objetivos e projetos. Somente com o passar do tempo e com resultados positivos das grandes provações e desafios, entenderemos se de fato existem grupos unidos ou se são apenas fotos nas redes sociais.

Paulo Maneira é jornalista e consultor político. Comanda os podcasts Conjuntura Atual e Liga da Política.

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