Desordem e falta de postura na “Casa do Povo” de Lauro de Freitas

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camara de vereadores de lauro de freitas vira palco de brigas

Brigas, empurrões, xingamentos e sessões suspensas por desentendimentos e falta de quórum; Vereadores protagonizam festival de “mau exemplo”

camara de vereadores de lauro de freitas vira palco de brigas

A “Casa do Povo”, como é chamada a Câmara de Vereadores, tem dado o que falar por conta das sucessivas e mais do que acaloradas discussões envolvendo alguns edis em Lauro de Freitas. O ‘espetáculo’ geralmente ocorre durante as sessões legislativas, realizadas uma vez por semana, às quartas-feiras, a partir das 10h. Isto, quando há um quórum mínimo de, pelo menos, 7 dos 21 vereadores, o que não aconteceu por diversas vezes, inviabilizando a realização das sessões. 

Transmitidas ao vivo, através do YouTube, as reuniões oficiais da “Casa do Povo” ficam gravadas na plataforma digital, permitindo que sejam assistidas posteriormente, a qualquer momento e em qualquer parte do mundo mas, nem esta exposição parece despertar nos representantes eleitos pela população a responsabilidade mínima necessária com a postura que deveria ser adotada por um parlamentar. Longe disto, demonstram não estarem tão preocupados com a repercussão negativa, seja com a imagem deles, da Câmara, do município e, até mesmo, da própria população a qual representam.

A sessão realizada em 31 de maio, por exemplo, foi umas das muitas interrompidas pela presidente Naide Brito (PT), desta vez, após troca de ácidas ofensas entre os vereadores Gabriel Bandarra, o Tenóbio, (PSC) e Wellington Negão (PT), durante a discussão de Projeto de Lei que autorizava ao Poder Executivo contratar operação de crédito com o Banco do Brasil até o valor de R$ 25 milhões. A discussão por pouco não resultou em agressões físicas entre os edis, que foram contidos pelos demais presentes. Na confusão móveis foram derrubados, a transmissão interrompida e a sessão temporariamente suspensa, no entanto, os vídeos que circularam nas redes sociais provocaram grande descontentamento com o comportamento dos vereadores, agravando ainda mais imagem já tão desgastada dos políticos.

“É triste abrir as redes sociais e encontrar homens que se dizem representantes do povo de Lauro de Freitas, se engalfinhando como se fossem leões ferozes. Estou me referindo aos senhores Wellington Negão e Gabriel Bandarra (Tenóbio). Nós sabemos que o dinheiro do contribuinte não é achado no chão e sabemos também que nosso município está carente de obras e serviços que facilitem a vida dos munícipes, ao mesmo tempo, não podemos compactuar com votações que acontecem a toque de caixa e sem uma discussão mais aprofundada”, desabafou Janete Cruz, moradora de Itinga, ao ser consultada pela reportagem da Vilas Magazine.

Diversas foram as sessões em que os ânimos se exaltaram. Em 4 de maio de 2022, a sessão foi suspensa e não mais retomada, após uma discussão entre vereadores. Vídeos circularam nas redes sociais e divulgados em veículos de comunicação registrando gritaria, agressões físicas e verbais envolvendo vereadores e servidores da Câmara ainda no plenário, após a transmissão ser suspensa. Na manhã seguinte, imagens foram exibidas no Jornal da Manhã (TV Bahia), com a vereadora Luciana Tavares (PCdoB) e os vereadores Tenóbio (DEM) e Edvaldo Palhaço (Cidadania), assessores e demais servidores em uma grande confusão. Em 1º de fevereiro deste ano, após o recesso parlamentar, troca de ofensas e acusações entre a então vereadora Débora Régis (PDT) e a prefeita Moema Gramacho (PT), marcou a sessão de reabertura dos trabalhos legislativos, tando sido a sessão, mais uma vez, encerrada pela presidência.

Quem fiscaliza os fiscais?

Como se não bastassem as polêmicas, interrupções e suspensões das sessões, chama também a atenção as que sequer foram realizadas por falta do quórum mínimo de 1/3 dos vereadores (7 presenças dos 21 vereadores). Por não conseguirem cumprir a exigência do regimento interno da Casa Legislativa, só no primeiro semestre deste ano, oito sessões não foram realizadas, três delas seguidas: dias 26/4, 3/5 e 10/5.

“Todos nós sabemos quais são as atribuições de um vereador mas, ao contrário do que deveria acontecer, a Câmara de vereadores de Lauro de Freitas tornou-se uma arena, onde os vereadores digladiam-se com um único objetivo: tentar provar quem tem o maior poder numa batalha deprimente de egos. Quem, infelizmente, mais sofre com a falta de comprometimento desses ‘representantes’ do povo é o próprio povo”, reclama Lázaro Couto, professor de educação física e morador de Vilas do Atlântico.

“Muito triste e lamentável acompanhar essas cenas, já estamos absolutamente chocados com o descaso e abandono que temos visto em Lauro de Freitas em vários aspectos, ainda mais perceber que momentos em que os vereadores escolhidos por nós, estão perdendo tanto tempo em discussões ao invés de se atentarem a questões importantes, como buscar soluções para dar melhor estrutura, conforto, segurança e dias melhores para a população. Precisamos de pessoas que nos representem de fato, que olhem pelas necessidades e melhorias num todo”, disse Paula Castanha, corretora de imóveis.

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