O Brasil superou a marca de 2 milhões de casos prováveis de dengue este ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O aumento significativo de casos acende o alerta para um grupo específico: as gestantes.
Segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, mulheres grávidas têm um risco de morte quatro vezes maior. Também há três vezes mais chances de morte do feto ou do bebê.
A ginecologista Daniella Closer D’Amico, explica que a fisiopatologia da doença é a mesma que na pessoa não grávida. “O que acontece é que a dengue afeta diretamente a cadeia plaquetária, favorecendo quadros hemorrágicos. As gestantes já passam naturalmente por alterações significativas em todo o organismo, que fica ainda mais sensível a essas alterações”, destaca a especialista.
A doença pode afetar tanto a gestante, quanto o feto. “Nos primeiros meses há um risco maior de aborto espontâneo. Já no fim da gestação, há algumas complicações como descolamento de placenta e parto prematuro do bebê, com todas as complicações relacionadas, como baixo peso e problemas de desenvolvimento”, explica a profissional. Outro momento que merece atenção especial é o do parto, onde há um risco elevado de hemorragia durante o procedimento.