Às lideranças empresariais, religiosas, políticas, condomínios, cidadãos, empresários, enfim, todos que vivem em Santo Amaro de Ipitanga.
Prezados, vocês fazem muita falta na luta pela defesa da revitalização do rio Joanes e dos seus afluentes. Não se entende, por exemplo, como tantos residentes ribeirinhos aos nossos rios, Joanes, Picuaia, Sapato, Ipitanga e todos os seus afluentes tão podres, fedorentos, em agonia, morrendo, não abraçam uma causa tão justa, cuja única missão é devolver vida aos nossos rios.
Vejam, por exemplo, a importância do Joanes, que fornece água a mais de quatro milhões de baianos, a milhares de empresas da região que se utilizam das suas águas armazenadas nas barragens, embora recebendo grave poluição dos rios de Simões Filho e do rio Camaçari. Ainda que tratada pela Embasa, é desta água que todos bebemos.
O mais triste é que a partir da jusante da Barragem Joanes 1, o rio Ipitanga, vindo de Salvador, deságua no Joanes, logo abaixo desta barragem, os esgotos dos bairros de Cajazeiras e São Cristóvão que somados aos esgotos de Lauro de Freitas, são os responsáveis pela degradação e a morte do rio Joanes até a sua foz, em Buraquinho. Em um trecho de aproximadamente oito quilômetros o rio Joanes está morto definitivamente, exalando insuportável mau cheiro, situação agravada pelo descumprimento por parte da Embasa da Lei das Águas.
Lei nº 9.433, de 9/1/1997, que exige que as barragens liberem a vazão ecológica das suas águas. Não se pode deixar a calha dos rios sem receber suas águas porque a jusante (abaixo) das barragens existe vida, flora e fauna e pessoas que vivem dos frutos do rio, como as marisqueiras e pescadores. Portanto, grave crime ambiental comete quem, por qualquer justificativa, sequestrar e barrar completamente as águas dos rios.
Mas tudo pode ser resolvido se houver a participação efetiva das comunidades, porque sabemos que falta vontade política para resolver o problema e não se dá prioridade à conclusão do saneamento básico dos bairros de Cajazeiras, São Cristóvão e em Lauro de Freitas.
Sabemos que a situação mais grave que o rio Joanes enfrenta está aqui mesmo em Lauro de Freitas, nos oito quilômetros que percorre no município, mas igualmente importante o início das obras de saneamento nos municípios da bacia: São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Candeias,Dias D’ávila e Camaçari.
A participação dos condôminos/ moradores, organizações da sociedade civil, das lideranças empresariais, associações de bairros, religiosas, das comunidades ribeirinhas aos rios da região é fundamental e dará força na cobrança por ações governamentais na implantação do saneamento básico nos municípios da Bacia do Joanes-Ipitanga.
Há 13 anos, a Oscip Rio Limpo, criada por iniciativa dos pescadores da Colônia de Pesca Z57, de Buraquinho, cobram a revitalização do Joanes e dos seus afluentes, porque não faz muito tempo era das águas deste rio que mais de seiscentas famílias tiravam seu sustento na mariscagem, pesca e agricultura familiar. Eram das suas águas que sustentavam suas famílias.
Hoje nos perguntamos do que vivem estas famílias, se matamos o seu rio? A esperança nasceu quando deram início às obras, em 2010, com previsão de conclusão em 2013, mas infelizmente se arrastam até hoje.
Em outubro de 2019, nova luz de esperança acendeu, quando a Embasa assinou novo contrato com a Prefeitura de Lauro de Freitas, para prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário pelo prazo de 30 anos, com previsão de investimentos na ordem de R$ 389 milhões. Após assinatura do contrato, a Embasa prometeu que as obras do saneamento no município seriam concluídas em 2022, mas, estamos no final de 2023 não se concluiu. Apenas novas promessas, novos prazos.
A Oscip Rio Limpo, através da sua diretoria, faz um apelo a todos que usam e bebem das águas do Joanes que participem, não só expressando apoio e solidariedade virtual, mas presencialmente, nos eventos por nós promovidos, que venham engrossar a campanha criada em 2009 pela Colônia de Pesca de Buraquinho e ribeirinhos ao rio, “Uma Corrente para Salvar o rio Joanes e seus afluentes”.
Juntos podemos vencer o descaso no cumprimento do direito da cidadania assegurado na Constituição Federal, “Do Meio Ambiente, Art. 225. – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, e a lei da vida – a lei dos crimes ambientais, nº 9.605/1998.
Não podemos continuar ausentes. Nos ajudem a defesa do nosso patrimônio natural, considerando que serão nossos filhos e netos que pagarão pela nossa omissão.
PRESERVAR A NATUREZA É PRESERVAR A VIDA. JUNTE-SE A NÓS.