Jabs e ganchos, alternando entre os punhos da direita e da esquerda, não foram suficientes para que Salomão, lutador de boxe olímpico amador, morador de Lauro de Freitas, conquistasse o grande prêmio na final do Campeonato Baiano de Boxe Estreantes 2024, realizado na Arena Cyber, em Salvador, em 23 de março.
Apesar da derrota no ringue, a medalha de prata conquistada por Salomão Silva, 21 anos, tem cor de ouro. Natural de Brasília, durante a pandemia ele se viu entrando em depressão. Um dia, olhando as coisas do pai, Delcio Silva, que na época já residia em Salvador, encontrou uma luva de boxe.
“Até então, não havia pensado na possibilidade de praticar boxe, pois eu tinha uma ideia errada do esporte e achava violento. Mas encontrar a luva de meu pai me fez lembrar da mensagem que o filme Apollo Creed transmite. Comecei a correr, aprendi alguns golpes pela internet, mas senti que precisava de uma orientação maior. Liguei para meu pai e me mudei para Lauro de Freitas”, contou.
Desde que aqui chegou, em 2021, passou por algumas academias até conhecer seu atual treinador, Luis Claudio Freitas, irmão do campeão Acelino Popó, brasileiro que mais conquistou títulos mundiais na história do boxe.
Na Academia Popó Mão de Pedra, não apenas aprendeu e evoluiu no esporte em tempo recorde, como ganhou uma família. Seus tios, como ele carinhosamente se refere a Popó e Luis Cláudio, estão atentos ao seu crescimento no boxe e acreditam que o ouro não demora a chegar.
“Estamos muito felizes de conseguir três medalhas no Campeonato Baiano de Boxe Estreantes 2024, sendo um bronze e duas pratas. Salomão conquistou uma dessas pratas, mas tem potencial para ir além e a cada campeonato que ele participar, vai se destacando um pouco mais. Sem dúvida, Salomão é um grande atleta e uma pessoa muito esforçada”, destacou seu treinador Luiz Cláudio Freitas.
Atualmente na categoria peso leve, até 67kg, Classe Elite Masculino, a meta de Salomão está bem traçada: “um passo de cada vez; vou retomar os treinos mais duros, focado, me esforçar muito mais. Sei que entreguei uma boa luta, mas posso aprender mais, corrigir meus erros e aperfeiçoar as técnicas”.
No momento o foco está nas competições pequenas para ganhar experiência, mas o sonho é de voar alto. “Quem sabe entrar na seleção brasileira de boxe, ir disputar uma olimpíada ou até mesmo ir para o profissional e trazer alguns cinturões mundiais. Quero que o boxe cresça cada vez mais. Sinto falta de uma nova estrela, quem sabe não seja eu”, concluiu animado.