Cai uso de celulares por crianças com menos de 12 anos

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numero de jovens usando o celular diminuiu no brasil
FOTO: Depositphotos

Crianças brasileiras com menos de 12 anos estão usando menos o celular. Esse é o dado da pesquisa TIC Kids Online Brasil, que analisa o comportamento digital na infância e adolescência. A pesquisa do Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação), entrevistou, entre março e setembro de 2025, 2.370 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, além dos seus pais ou responsáveis. As entrevistas, feitas entre março e setembro de 2025, apontam que em 2025, 55% das crianças de 9 a 10 anos já têm um celular. Um ano antes, essa proporção era de 67%. Entre as crianças de 11 e 12 anos, também houve redução no período, passando de 79% para 69%. Entre os adolescentes de 13 e 14 anos, houve elevação de 1 ponto percentual – com 78% dessa população tendo posse de um aparelho celular. Já entre os de 15 a 17 anos, a proporção caiu de 99% para 95%.

A diminuição de crianças usando aparelhos já pode ser sentida, também nas escolas, que atingiu o menor patamar desde 2020. O uso da internet em sala de aula caiu para 37%, o menor nível desde 2020 – em 2024, era de 51%. Em 13 de janeiro deste ano, o presidente Lula (PT) sancionou lei que veta o uso dos aparelhos em unidades de ensino de todo país. A medida passou a valer para todas as etapas da educação básica.

A discussão sobre o tema vai além da sala de aula: pesquisas apontam que o uso excessivo de redes sociais está ligado a um desempenho cognitivo mais baixo entre crianças e adolescentes – reforçando a discussão sobre os limites do tempo de tela. Segundo a pesquisa, uma em cada dez crianças e adolescentes no Brasil diz já ter recorrido a ferramentas de inteligência artificial generativa para falar sobre problemas pessoais ou emoções.

Os dados mostram que 65% da população dessa faixa etária já utilizou ferramentas de inteligência artificial por algum motivo. O principal uso da IA por crianças e adolescentes é para realização de pesquisas ou tarefas escolares, mas entre adolescentes de 15 a 17 anos, 16% já disseram ter recorrido a IA para desabafar sobre suas emoções ou se aconselhar sobre problemas pessoais. Entre os que têm 13 e 14 anos, essa proporção foi de 12%.

Outro ponto abordado pela pesquisa foi o acesso desse público a conteúdo sexual na internet, destacando que uma a cada cinco crianças e adolescentes do país, com idade entre 11 e 17 anos, relata já ter recebido mensagem ou solicitação com esse conteúdo.

Os dados da pesquisa foram coletados antes da aprovação do ECA Digital (Estatuto Digital da Criança e do Adolescente), que visa garantir um ambiente digital mais seguro e saudável para esse público. Para os coordenadores da pesquisa, a nova legislação pode proteger melhor crianças e adolescentes na internet. Também avaliam que o aumento da discussão sobre o assunto pode inibir abordagens sexuais a jovens.

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