Abandono do Parque Ecológico chama atenção de moradores

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Portão fechado a cadeado
 
O Parque Ecológico de Vilas do Atlântico chamou a atenção de muita gente no bairro depois da reportagem de capa publicada pela Vilas Magazine na edição de maio. Pessoas que nem suspeitavam da existência do parque ficaram surpresas.
 
Outros se mostraram indignados com o abandono da principal área verde do bairro. E outros ainda se dispuseram a colaborar gratuitamente para a recuperação do parque. Foi o caso de Kelvin Paulo, 19 anos, estudante de Ciências Biológicas na Universidade Católica do Salvador (Ucsal). “Uma área como essa deve ser preservada e sei que posso ajudar”, disse.
 
“Foi como descobrir um jardim na porta da minha casa”, comparou Mércia Soares, 32 anos, fisioterapeuta que se mudou para Vilas do Atlântico em 2010. “Nunca pensei que aquilo fosse um parque e tão bonito”, completou. Depois de ler a reportagem ela até tentou explorar a área: “eu sabia que estava fechado ao público, mas não custava tentar”.
 
São quase 135 mil m² de área verde classificada como Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) desde o final de 2011, quando uma emenda ao Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal (PDDM) criou essa e outras quatro áreas de proteção. Uma delas é o entorno do antigo kartódromo, em Ipitanga. Outras três ficam em Vilas do Atlântico, em espaços contíguos ao do Parque Ecológico, totalizando mais de 225 mil metros quadrados. A área ocupada pelo Equus Clube do Cavalo é uma delas.
 
Kelvin Paulo no Parque Ecológico: vontade de colaborar
 
A iniciativa de alterar o PDDM para proteger o parque e as demais áreas verdes foi do presidente da Câmara, vereador Antônio Rosalvo (REDE). Na época havia a possibilidade de que o espaço do clube do cavalo viesse a ser transformado em mais um condomínio. Ao impedir a operação, o vereador acabou por impor restrições de ocupação também nos demais espaços.
 
Apesar disso, largas áreas do parque e das outras áreas verdes estão hoje ocupadas por quintais de residências. As invasões são estimuladas pelo estado de abandono em que se encontra o parque.
 
O “assalto” privado aos espaços naturais de Vilas do Atlântico é antigo, mas só recentemente foi documentado pela prefeitura. Segundo as autoridades municipais, cerca de 2,7 mil metros quadrados do parque estão ocupados por puxadinhos de quintal de residências nas ruas Praia de Suape, Praia de Tramandaré, Praia de Orange, Praia de Itapoan, Praia de Mar Grande e Praia de Itaparica, no entorno do Parque Ecológico.
 
São áreas verdes e de passagem para o parque que foram “anexadas” pelos lotes vizinhos. De acordo com avaliação da prefeitura, o conjunto das áreas invadidas vale cerca de R$ 1,5 milhão.

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