O Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) ampliou, no dia 15 de março, a lista de profissões reconhecidas no Brasil, incluindo 22 novas atividades. Agora, dentre as 2.269 ocupações legalmente reconhecidas no país, estão também atividades como skatista profissional, personal organizer e sommelier, além de outras 19.
Em nota, o Ministério destacou que o estudo das atividades e do perfil das categorias é feito levando em consideração mudanças nos cenários tecnológico, cultural, econômico e social do país, que provocam alterações na dinâmica do mercado de trabalho. Um exemplo disso são as profissões de skatista profissional, com atletas brasileiros sendo destaque nas olimpíadas, e oficial de proteção de dados, reconhecida por conta da vigência do novo Marco Legal da Internet.
É importante destacar que o reconhecimento é diferente da regulamentação da profissão. Essa última precisa ser feita por lei específica que não é atribuição do Ministério.
Profissional comemora
Rosiane Brito é uma das milhares de profissionais que tem motivos para comemorar. Ela é Personal Organizer (Profissional de Organização), uma atividade que surgiu nos Estados Unidos por volta de 1983, e que no Brasil tem conquistado, sobretudo, mulheres.
“Eu, assim como a maioria das mulheres que atuamos nessa profissão, já era uma pessoa organizadora, mas não entendia que se tratava de uma profissão. A descoberta veio através das redes sociais, seguindo outras mulheres que já atuavam na área. Quanto aos clientes, a maior dificuldade ainda é a valorização do custo benefício que a organização proporciona. Quem se beneficia desse serviço consegue qualidade de vida, do tempo e economia financeira, pois as coisas são organizadas com metodologia em que para todo objeto existe uma casinha, assim fica fácil encontrar”, contou.
Personal Organizer certificada há quatro anos, atuando em Lauro de Freitas e Salvador, Rosiane conta que além de ter sempre que explicar para os clientes sobre a sua profissão e qual serviço será executado na casa ou empresa, a profissão também enfrenta entraves burocráticos, inclusive na hora da formalização.
“Há uma dificuldade na hora de abrir a empresa, que na maioria das vezes é um MEI ou micro empreendedor, porque ainda não existe um CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) para a nossa profissão. Então, profissionais de organização, que também administram cursos e vendem produtos organizadores, acharam como alternativa utilizar o CNAE relacionado a cursos e vendas de produtos”, explicou.
Apesar do reconhecimento da profissão não garantir sua regulamentação, sendo necessária uma Lei sancionada pela presidência da república, Rosiane acredita que foi um avanço importante para as 22 profissões. “O reconhecimento é importante para a formulação de políticas públicas. Sendo assim, nós profissionais de organização, teremos maior visibilidade e valorização, o que fará uma grande diferença”, concluiu.