A inveja

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Mais uma vez escrevo sobre o ser humano. Desta, tentarei abordar um assunto que representa um mal existente em sua alma: a inveja.
 
Segundo o dicionário da língua portuguesa, “inveja é o desejo de possuir os bens dos outros ou cobiçar a prosperidade alheia”.
 
Ora, por que o humano perde seu tempo para cobiçar os valores de outrem, quando deveria se capacitar para criar a oportunidade de ter as qualidades daqueles que ele inveja? Sem dúvidas, essa situação é lamentável.
 
Napoleão Bonaparte (15/8/1769 – 5/5/1821), imperador francês, ditador e comandante do exército dizia: “a inveja é um atestado de inferioridade”.
 
Concordo com essa opinião.
 
O invejoso é um ser inferior, que não tendo força, maturidade e conhecimentos para evoluir, preocupa-se com as qualidades dos outros, tornando seu espírito mesquinho.
 
Pior é quando esse sentimento se transforma em ciúme, gerando a angústia e raiva por pessoas que nunca lhe fizeram mal, mas, tão somente, por possuírem qualidades superiores às suas.
 
Não se deve confundir inveja com admiração. A primeira é maligna; e a segunda pode se transformar na porta aberta para a evolução.
 
De acordo com a Igreja Católica, a inveja se constitui nos sete pecados capitais. Porém, essa emulação poderá evoluir e transformar o ser humano em um monstro traiçoeiro e vingativo, capaz de promover a maldade para aqueles que brilham.
 
Querer ter o que outras pessoas possuem, sem o esforço, dedicação e muito trabalho é se transformar em uma “erva daninha”, que suga as árvores frondosas, até sua morte.
 
Também, pode se converter em pessoas enganadoras, que se aproveitam, muitas vezes, da inocência e falta de maldade dos outros, provocando-lhes a desgraça em suas vivências.
 
Os seres humanos invejosos sempre serão escravos de sua crueldade, pois a inveja não estabelece limites. Assim, viverão sem a alegria normal, com a alma dolorida, pois suas vidas serão amargas, pelos males diversos que lhes atacam.
 
Por outro lado, as pessoas que têm seus atributos materiais, intelectuais e espirituais elevados deverão se precaver ante a maldade dos outros, pois sua felicidade pelo sucesso, bem como os elogios que lhes são expostos, podem se transformar em vitrine para a inveja.
 
Muitas vezes, a cobiça pelas realizações ou conquistas alheias enchem os olhos daqueles que têm complexo de inferioridade e lhes geram a “dor de cotovelo”.
 
Em outras situações, esse “mau olhado” é espontâneo, levando essas pessoas, inconscientemente, a se ressentirem com os bens dos outros.
 
Também é o caso do olhar “seca planta”, que nada mais é que a inveja, voltada para os que possuem suas floras bonitas. Nesse caso, para aqueles que acreditam, adquirem amuletos ou talismãs para desfazer essa inveja.
 
Existem os seres mais maldosos, cuja inveja é desejar que o semelhante não possua bens, conquistas e prosperidade. Essas pessoas são consideradas más, tolas, ignorantes e desconhecem o crescimento espiritual.
 
Porém, a situação mais grave da inveja se caracteriza pela a amizade falsa e dissimulada. Sem dúvidas, os seres humanos que agem assim trazem muitas consequências desagradáveis para aqueles que eles se faziam de amigos. É um inimigo não declarado. Geralmente, tornam-se desacreditados, indesejados e maléficos para a sociedade.
 
Em alguns casos, as críticas destrutivas podem ser consideradas como inveja, principalmente aquelas que não atingem ao objetivo especificado.
 
De modo geral, o ser humano não procura identificar as necessidades dos outros, oferecendo-lhes condições para evoluírem. Mas, ao reconhecer suas qualidades e bons propósitos, ou tentam sugar-lhes, ou buscam depreciá-los.
 
Segundo Fernando Pessoa, poeta, escritor, astrólogo e crítico português (13/6/1888 – 30/11/1935) “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.
 
Assim, a vida não é o que imaginamos, mas o que construímos.
 
Por que ter inveja do sucesso dos outros?
 
Jaime de Moura Ferreira – Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. E-mail: jamoufer@atarde.com.br

 

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