Dentre as contradições que ainda caracterizam o atual estágio evolutivo da natureza humana está a autossabotagem. De forma consciente ou inconsciente, muitos de nós ainda colocamos obstáculos para evitar alcançar nossos próprios objetivos. A princípio pode parecer um comportamento estranho mas é muito comum os pensamentos, palavras e ações negativas, contrárias ao que dizemos defender.
O medo de errar e do julgamento popular pode estar associado a este hábito negativo. Criticamos e julgamos tanto os outros que tememos que façam o mesmo com a gente, assim boa parte de nós opta por agir anonimamente, sem assumir grandes responsabilidades e compromissos, omitindo-nos de participar de cargos e funções que nos coloquem em evidência, afinal ser pedra é mais fácil que ser vidraça.
Dizer que “não vai dar certo”, como justificativa para não tentar, pode parecer mais “confortável” que assumir a responsabilidade diante do risco da iniciativa realmente não dar certo. E existem os que vão além, reforçando o “eu não disse que não daria certo?”, aumentando a carga de dúvida e desestimulando muitos dos que ousaram tentar acertar.
Não é por outro motivo que poucos são os exemplos de sucesso em nossa sociedade e, até mesmo os que enveredam pelos caminhos fora da lei, acabam sendo citados e ganham mais evidência dentro do que se propuseram fazer. É o caso dos políticos corruptos que são citados diariamente, enquanto aqueles que desempenham papéis importantes, em defesa dos direitos e interesses da sociedade, acabam nem sendo lembrados. Citar alguém errado pode ser menos comprometedor que citar alguém certo, não é mesmo? Os erros acabam tendo um peso muito maior que os acertos embora saibamos que nenhum de nós somos perfeitos.
E como vencer e alcançar os nossos objetivos diante de uma sociedade composta por tantos “juízes” e “censores” ávidos para encontrar e expor os nossos defeitos?
Os que se consideram vencedores são os que não se abatem com situações que, para a maioria, seriam vistas como derrotas. Vencedores são os que sabem e conseguem enxergar oportunidades nas aparentes perdas, porque são elas que nos proporcionam novos esforços para reavaliar decisões e corrigir rotas. Ninguém avança sem sair do lugar. Ninguém evolui parado. As mudanças são necessárias para alcançarmos novos patamares obrigatórios no processo evolutivo.
Como explicar que políticos presos e flagrados em crimes continuam se expondo, disputando e até conquistando novos espaços? Eles possuem coragem e autoconfiança. Não se importam com a crítica e com o julgamento popular pois já definiram seus objetivos e dedicam as suas energias, para alcançá-los.
Atribui-se a Martin Luther King a frase: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Assim, enquanto pessoas de bem continuam atraindo o que não querem, pensando e falando que “não adianta” que “não dará certo” e deixando de agir em direção ao que realmente acreditam que precisa ser feito, o resultado será o que estamos vendo e, mesmo sem gostar, alimentando.
Hendrik Aquino, jornalista, especialista em planejamento urbano e gestão de cidades pela Unifacs e gestor de projetos pela Unijorge.



Parabéns Hendrik, se posicionar e motivar pessoas a fazer o mesmo em prol do bem de todos. Forte abraço!
Parabéns Hendrik, você é a chave para elevarmos o nível da política , indico seus artigos a todos!