Artista cria ‘cabine musical’ para se apresentar na porta de condomínios de Lauro de Freitas

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Saxofonista cria cabine musical

“Dentro do apartamento já era possível ouvir uma música instrumental muito agradável. Era tão vívido e emocionante que não parecia uma reprodução por meios eletrônicos, como vindo de um CD, por exemplo. Mas, como estamos na pandemia, também não poderia ser uma música ao vivo, certo? Errado! Tamanha foi minha surpresa e alegria, quando cheguei na varanda e avistei um músico fazendo um belíssimo show na porta de meu condomínio, trazendo uma dose de acalanto em meio a pandemia”.

O relato de uma moradora de Lauro de Freitas despertou nossa curiosidade em conhecer um pouco melhor o artista que tem espalhado amor pela cidade. Trata-se de Delmar Teixeira, 39 anos, saxofonista, que vem utilizando seu dom como forma de espalhar mensagens positivas para as pessoas, além de obter renda para a sua família.

Natural de Salvador, Delmar é músico profissional, já se apresentou com outros artistas e tocou na banda da cantora Ludmillah Anjos, ex-The Voice Brasil. Mas desde o ano passado o músico vem sentindo fortemente os impactos da pandemia, assim como toda classe artística que ficou afastada dos palcos.

Pai de três filhos, apesar do toque de recolher e o fraco movimento de turistas no Pelourinho e demais pontos turísticos de Salvador, Delmar precisava continuar trabalhando. Mas como tocar saxofone de máscara? Como se proteger da Covid-19? Com muita criatividade ele bolou uma estrutura que lhe dá toda mobilidade necessária para tocar o instrumento com segurança.

“A estrutura da cabine é toda feita em pvc e plástico. Não é um material barato, custou cerca de R$ 200 reais. Utilizei a última parcela do auxílio emergencial que recebi para apostar nessa ideia. Não sabia se daria certo, mas graças a Deus estou tendo retorno”, contou.

O próximo desafio foi chegar até o público. Foi quando teve a ideia de levar o show para o Corredor da Vitória, em Salvador, onde presenciou os moradores dos condomínios se interessarem e se emocionarem com seu trabalho. “Via as pessoas descendo do prédio, me procurando, contando suas histórias, se emocionando… As pessoas me parecem mais sensíveis neste período de pandemia, precisando de música, de arte para viver. Inicialmente tomei essa atitude pela necessidade, pelo dinheiro. Não tinha de onde tirar receita, precisava de um trabalho e tive essa ideia. Mas o brilho nos olhos que provoco nas pessoas quando toco, me motiva a fazer isso diariamente”.

A ideia deu tão certo que Delmar expandiu os shows com sua cabine móvel também para Lauro de Freitas. “Percebi que a música que toco faz a diferença na vida das pessoas. Foi então que decidi não ficar em um ponto fixo. Queria circu- lar e poder levar alegria para mais e mais pessoas”, desabafa o músico, levantando seu palco para alegrar outras pessoas em outras ruas.

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