Bares e restaurantes fazem manifestação contra medidas restritivas

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Alguns bares e restaurantes de Vilas do Atlântico amanheceram, no dia 14 de abril, com a faixa “Vamos passar o ponto!”, amarradas em lugar de destaque da fachada. Tratava-se de uma manifestação para alertar quanto aos problemas enfrentados pelo setor, desde o início da pandemia, solicitando também ajustes no horário do toque de recolher noturno e na venda de bebidas alcoólicas.

Essa é a íntegra da nota divulgada pelos empresários: “Estamos aqui para informar que diante do atual cenário em que nos encontramos, nós, do setor de bares e restaurantes, estamos manifestando nosso pedido de atenção aos nossos governantes. O nosso setor representa 280 mil famílias em todo o estado da Bahia. No município de Lauro de Freitas é um dos setores que mais emprega, por isso, salvem as nossas vidas! Não aguentamos mais, estamos há um ano sem fechar as contas e na iminência de encerrar as nossas atividades. Por isso, queremos que o toque de recolher passe para às 22h e seja liberada a venda de bebidas alcoólicas nos finais de semana. Ressaltamos que somos sensíveis a situação sanitária do município, por isso nós respeitamos os protocolos vigentes”.

Esta não foi a primeira ação do setor. No dia 7 de abril, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel/Bahia, realizou uma manifestação pela sobrevivência dos bares e restaurantes, através de uma carreata, evento permitido por garantir o distanciamento social, com concentração em frente à Procuradoria Geral do Estado, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

Segundo a entidade, 77% das empresas do setor na Bahia não possuem mais recursos para pagamento dos salários; cerca de 87,8% dos bares, restaurantes e similares já tiveram que demitir até 58,3% de todo seu quadro de funcionários e 8,6% demitiram todos seus colaboradores. Os dados apontam ainda que 90,7% das empresas vão realizar novas demissões em breve. Além disso, mantendo-se o toque de recolher às 20h e a proibição na venda de bebidas alcoólicas, apenas 20% do setor terá de fato condições de reabrir as portas. A Vilas Magazine procurou o porta-voz da manifestação em Lauro de Freitas, mas até o fechamento desta edição (26/4) não tivemos retorno.

Entenda o caso
Desde o início da pandemia, em março de 2020, governos estaduais e municipais assinam decretos com medidas e protocolos na tentativa de controlar o avanço do vírus. De lá para cá já passamos por vários momentos de ‘lockdown’, com o fechamento parcial do comércio, além do toque de recolher noturno, medida que se mantém, passando regularmente por ajuste de horários.

Ao longo desse período ficou evidente que datas que envolvam feriados ou festas populares, apresentam um crescimento no número de novos casos de contaminados, a exemplo de Natal, réveillon e carnaval, visto que as pessoas se reúnem, por vezes, em ‘pequenos grupos&39; em casa, isso além das inúmeras festas clandestinas com 50, 100, às vezes 200 pessoas aglomeradas e sem máscara.

O entendimento dos especialistas é que as variantes da Covid-19 apresentam a característica de maior taxa de contágio, atingindo pessoas mais jovens e, neste contexto, o consumo de bebidas alcoólicas só aumenta a probabilidade da pessoa se esquecer dos protocolos de segurança, como o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento.

Agora essa questão respingou nos bares e restaurantes. A retomada das atividades não essenciais no dia 7 de abril, após ficarem fechadas por pouco mais de um mês, se deu de forma escalonada e com várias restrições. No caso específico de bares e restaurantes, em Lauro de Freitas, o funcionamento é permitido de quarta a domingo, das 10h às 19h30; já nas segundas e terças-feiras, uma hora a menos, de 10h às 18h30. Após este horário os estabelecimentos podem funcionar apenas para delivery , até às 24h.

Além da restrição na capacidade total de pessoas, para que haja o distanciamento entre as mesas, o decreto de reabertura define também que fica proibida a venda de bebida alcoólica nos estabelecimentos nos sábados e domingos. Vale destacar que a proibição das vendas de bebidas alcoólicas nos finais de semana se aplica também aos supermercados e distribuidoras de bebidas, inclusive na modalidade delivery.

Para a Abrasel existe uma demora muito grande por parte dos gestores em apresentar respostas quanto às demandas apresentadas e no dia 16 de abril, a associação divulgou um vídeo (disponível em https://abrasel.com.br/noticias/noticias/bares-e-restaurantes-exigem-reparacao/), denunciando a situação do setor e exigindo que prefeitos e governadores assumam a culpa pela situação crítica em que se encontram os estabelecimentos.

“Durante a pandemia da Covid-19, os estabelecimentos de alimentação viram-se impedidos de trabalhar por ordem de prefeitos e governadores. Mesmo com diversos estudos que apontam o baixo risco de contaminação e seguindo todos os protocolos de segurança, bares e restaurantes tiveram de fechar as portas ou trabalhar com severas restrições por longos períodos. No entanto, os impostos foram mantidos e a ajuda que veio se mostrou insuficiente”, trecho da nota divulgada junto ao lançamento do vídeo.

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