A cidade de Lauro de Freitas parece estar vivendo uma eleição muito semelhante à de 2012, quando o Doutor Márcio e Bebel Carvalho enfrentaram João Oliveira e Chico Franco nas urnas. A expectativa nas ruas era de mudança, e o cenário não favorecia a então prefeita Moema Gramacho. Seu escolhido não conseguiu conquistar o apoio popular, abrindo caminho para que o Doutor dominasse as ruas e vencesse o pleito com 53,29% dos votos válidos, uma diferença de mais de 5.500 votos.
O descontentamento com a gestão atual, o sentimento de mudança, e a esperança depositada no jovem candidato a prefeito, Doutor Márcio. E o que há de diferente nesta campanha? Ambos os candidatos de hoje são jovens, prometem mudanças na forma de governar a cidade e se destacaram como grandes vereadores na Câmara Municipal.
Lauro de Freitas é uma cidade onde tudo pode acontecer. Assim como João Oliveira era tucano e virou petista naquela eleição, Rosalvo Neto também iniciou sua trajetória política no PSDB, mas hoje está filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Débora foi uma ferrenha opositora à gestão do Doutor Márcio, enquanto Rosalvo fazia parte de sua equipe.
E como aqui tudo pode acontecer e não existem coincidências no mundo, os adversários encontram-se novamente em campos opostos, mas ambos mudaram de lado. Com exceção dos vices, que mantiveram suas posturas: Mateus Reis sempre fez oposição a Moema, enquanto Naide Brito sempre a apoiou.
Nos primeiros dias de campanha em Lauro de Freitas, o que se viu foi muita confusão e brigas, como já era previsto. Além disso, claro, o carnaval e a festa, que não podem faltar neste período eleitoral. O eleitor está cansado da política de “pão e circo”; o eleitor moderno quer saber de propostas e ideias que possam realmente mudar sua realidade. Estamos vivendo uma eleição local, ainda sob o efeito da polarização nacional ocorrida há dois anos.
Esses últimos dias serão decisivos para o resultado final da campanha. Não há nada definido na cidade; cada passo em falso, cada erro, mesmo que milimétrico, poderá ser crucial para o desfecho da eleição, assim como em 2012.
A resposta das urnas será a mudança, mas a pergunta é: quem de fato representará a mudança na cidade?
Paulo Maneira é Jornalista, consultor político, comanda os podcasts Conjuntura Atual e Liga da Política.