Dignidade

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De acordo com Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão, a dignidade “é o valor que se reveste de tudo aquilo que não tem preço, ou seja, não é passível de ser substituído por um equivalente”.
 
Assim pensando, a dignidade do ser humano lhe traz a respeitabilidade, que é o conjunto de princípios e valores que tem a função de garantir que cada cidadão tenha seus direitos respeitados, pois isso representa o Estado Democrático de Direito, estabelecido na nossa Constituição de 1988, no seu artigo 1º, item III.
 
Karel Vasack, jurista tcheco-francês (1929-2015) foi o primeiro a abordar sobre “geração dos direitos do homem”. Porém pouco adiantou para a sociedade atual, constituída pelos indivíduos, pois poucos brasileiros pensam, seriamente, na dignidade. A maioria prefere o poder, enriquecimento ilícito e trapaças que causam o dolo, mesmo que seja definido como manipulador, sem honra e nobreza.
 
A dignidade, sem dúvidas, produz a qualidade moral que infunde respeito.
 
Dom Murilo S. R. Krieger, em artigo publicado no jornal A Tarde, coloca que “um dos valores mais preciosos que temos é o nosso bom nome e que construímos ao longo da vida”. Concordo com essa expressão. O bom nome, também, é sinal de dignidade.
 
De acordo com a já citada Constituição, a dignidade deveria ser praticada por todos os brasileiros, pois ela inspira a cidadania e representa os direitos da vida humana e tem a ver com a ação de conservá-la pelos governos representados. Aliás, o Estado foi criado para servir aos indivíduos nos seus direitos. Os principais são segurança, educação, moradia, igualdade entre homens e mulheres, liberdade de pensamento, liberdade de crença ou religião e escolha de gêneros.
 
Conforme está expresso, a dignidade é uma atitude moral e espiritual que pertence aos humanos, porém, certos animais, apesar de viverem com os instintos, demonstram mais consciência e respeitabilidade que alguns seres humanos, quando se trata desse assunto.
 
J. F. Kennedy, 35º presidente dos EUA (maio 1917 – novembro 1963) disse: “se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos”
 
Muitas vezes, certos seres humanos não respeitam os valores da sociedade comunitária e evitam estar presentes nos debates bioéticos, pois, assim procedendo, comprometer-se-iam à vivência em grupos, o convívio em coletividade e teriam que obedecer às regras e padrões de conduta, abdicando de suas liberdades individuais. Preferem mostrar suas vaidades. Nesses casos o indivíduo busca atender a seus interesses pessoais e necessidades. Desconhecem que a paz e prosperidade surgem dessa ação comunitária.
 
As condições para uma vida saudável chegam da convivência coletiva e lhes dão a integridade moral. Porém, há a necessidade de pacificar litígios, de se colocar de um dos lados em questão e de assumir valores éticos. Nem todos querem essa situação exemplar. A maioria segue a vontade do mais forte e da autoridade, mesmo que venha ser designado como ultrajante.
 
Embora as duas exijam boa relação, não confundir dignidade com fraternidade. A primeira, mostra os valores globais da pessoa; a segunda está voltada para a irmandade.
 
Nos diversos rincões do mundo existe um modelo de dignidade. Porém, todos dependem da racionalidade, educação e respeito praticados.
 
O cargo que a pessoa ocupa muito tem a ver com a dignidade. Primeiro, o ser humano deve respeitar sua situação, para ser respeitado por aqueles que ele comanda; em segundo, a ocupação de um determinado cargo, seja simples ou com muita representatividade exige que o ocupante dê exemplo para os seus comandados.
 
Lembrar que a dignidade representa uma retidão.
 
Jaime de Moura Ferreira é Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. jaimoufer@hotmail.com

 

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