Documentário homenageia centenário de Mãe Mirinha de Portão

0
306
documentario conta historia de mae mirinha de portao

O legado de Mameto Mirinha de Portão, ialorixá fundadora do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia, localizado no bairro de Portão, é homenageado e contado no documentário “Raízes e Memórias – 100 Anos de Mãe Mirinha de Portão”, que estreia no CEPTIC de Portão, no dia 18. O filme mergulha na vida da ialorixá, ressaltando seu legado cultural, social e espiritual, no ano de comemoração do seu centenário.

Nascida em 21 de dezembro de 1924, Altamira Maria Conceição Souza, a Mãe Mirinha de Portão, foi iniciada no candomblé por Joãozinho da Gomeia. Em 1948, ela fundou o Terreiro São Jorge Filho da Gomeia, candomblé Congo-Angola, tombado como Patrimônio Cultural da Bahia.

Além da importância religiosa para a comunidade, o terreiro se transformou em ponto de visitação turística, atraindo brasileiros e estrangeiros, se destacando como um dos principais atrativos do afroturismo religioso, na Costa dos Coqueiros.

Mameto Kamurici, líder religiosa do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia, conta que o envolvimento da ialorixá com a comunidade ultrapassava os muros do terreiro e também da religião. Na condição de líder religiosa, Altamira envolveu-se ativamente na política da região, alcançando importantes conquistas para a população como transporte público regular, a criação de postos de saúde e a construção do Hospital Geral Menandro de Faria.

“Mameto Mirinha teve também destacada gestão social junto à comunidade de Portão e Lauro de Freitas, trazendo-lhe inúmeros benefícios, como hospital, pavimentação de ruas, segurança alimentar. Por conta dessa proximidade que incorporou o nome da comunidade ao seu, tornando-se assim a Mãe Mirinha de Portão”, contou.

Mãe Mirinha faleceu aos 65 anos, em 1989, em decorrência de um linfoma.

Centenário

Ao longo do ano, diversos seminários comemorativos foram realizados com objetivo de preservação da memória da líder religiosa. Em dezembro, além do documentário, no dia 21, no Terreiro São Jorge Filho da Goméia, acontece o seminário de encerramento das comemorações, com a inauguração da exposição “Caminhos de Memórias – 100 Anos de Mãe Mirinha de Portão”.

“A produção do documentário é uma ação de preservação da memória e do legado da notável Mameto Mirinha de Portão, uma das mais importantes sacerdotisas do seu tempo, que atuou no sentido de salvaguarda da cultura e religião de matriz africana, em especial a bantu, mas retrata também a história da comunidade em torno do Terreiro, e que dele faz parte, com suas próprias vivências”, concluiu Mameto Kamurici.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui