Luis Meireles, diretor executivo, Kleuder Leão, presidente e Sérgio Nascimento, diretor técnico
Desde o entendimento de que o mundo estava enfrentando uma pandemia, cientistas e pesquisadores se esforçam na busca por soluções que possam garantir menor sofrimento e maior probabilidade de vida, até que uma vacina seja descoberta e testada. Em apoio a essas iniciativas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) lançou, em março, editais que garantem aporte financeiro para o desenvolvimento de projetos, e uma empresa de Lauro de Freitas foi selecionada: a MDI Industrial, empresa de tecnologia e inovação que desenvolve dispositivos médicos, soluções e produtos para a saúde e bem-estar, teve dois projetos aprovados.
O primeiro visa desenvolver um equipamento que auxilia na correta aferição da função pulmonar, indicando inclusive se o paciente precisa de suporte do ventilador mecânico. “Trata-se de um monitor de capnografia, autônomo, de fácil manuseio e portabilidade, que analisa e registra a pressão de gás carbônico expirado pelo paciente, o que pode ajudar os médicos na correta aferição da função pulmonar, podendo liberar leitos mais cedo ou identificar pacientes que necessitem de apoio ventilatório urgente. Ele não substitui o ventilador, mas auxilia no diagnóstico de O2 e CO2”, afirma Kleuder Leão, presidente da empresa.
O segundo projeto abrange o desenvolvimento de teste “padrão ouro”, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Nossa meta é identificar, em tempo real, a presença do coronavírus em amostras coletadas em swab de material oral (garganta) ou nasal. Acreditamos que seja possível processar 200 testes por dia, o que totaliza quase 5 mil testes por mês. Não existe nenhuma outra indústria no Brasil produzindo este equipamento, tudo que se tem até hoje é importado, o que aumenta consideravelmente o custo”, informa o executivo.
Apesar de serem extremamente jovens – a empresa tem apenas três anos de operação –, Kleuder destaca que a equipe sempre trabalhou com o objetivo de nacionalizar tecnologias já usadas em outros países, e assim fortalecer o Brasil como potência na construção de produtos com alta tecnologia. “A participação nestes editais foi de fundamental importância para projetar a empresa a um patamar de tecnologia ainda não visto no Brasil e com isso mostrar que é possível desenvolver produtos aqui, com alto valor agregado e com padrão de qualidade internacional. No final deste mês os produtos, resultado dos projetos inscritos no edital, devem estar em funcionamento, e, após aprovados pelo Inmetro e pela ANVISA, a MDI poderá fazer a comercialização".
A Missão Covid-19 selecionou mais de 30 projetos, que apresentaram soluções como uso da inteligência artificial para controlar a propagação da doença, ampliação do número de respiradores, desenvolvimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), dispositivos que reduzem a contaminação dos profissionais de saúde, um spray para superfícies, entre outros.