Escolas particulares aguardam decisão quanto ao retorno das aulas presenciais

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    Foram nove meses sem aulas presenciais em 2020, e com a chegada de 2021, ainda sem data confirmada para iniciar a vacinação contra Covid-19 no Brasil, pais, professores e estudantes querem saber: e agora?

    Se por um lado as escolas particulares sentem a baixa procura para a matrícula, com redução que varia de 30% a 50%, se comparado com 2019, e algumas instituições já até confirmaram o encerramento das atividades, por outro lado, pais e estudantes seguem insatisfeitos com o modelo de aulas 100% remota.

    Governo do Estado e prefeituras municipais já sinalizaram a intenção de retomar com as atividades escolares em modelo híbrido, mas até o momento não existe data confirmada e nem o protocolo que deve ser seguido pelas unidades educacionais. Em pronunciamento, em dezembro, o governador Rui Costa afirmou que não era possível informar uma data de retorno às aulas pois os índices de ocupação dos leitos de UTI’s não recuaram, e a previsão para todo o mês de dezembro (como de fato ocorreu) e primeira quinzena de janeiro de 2021, era se manter em alta, devido às aglomerações nas festas de final de ano.

    O decreto n° 19.586, que suspende as aulas nas unidades de ensino das redes pública e privada, em toda a Bahia, foi prorrogado até o dia 4 de janeiro e, sem nenhuma indicação de protocolo até o momento, deverá passar por nova prorrogação.

    As escolas particulares defendem que possa ser ofertado aos estudantes as aulas no modelo híbrido e facultativo, com 50% dos estudantes em sala de aula e os demais de forma remota, com rodízio a cada intervalo de tempo, já a partir de fevereiro, para quando está previsto o retorno das aulas, segundo calendário do Ministério da Educação.

    “As escolas vão iniciar o ano letivo de 2021 em fevereiro, em todos os segmentos, já que todos os requisitos para cumprimento do ano letivo de 2020 foram cumpridos e enviadas as comprovações aos conselheiros municipais e estaduais de educação para validação. A escola particular foi ativa e presente durante 2020 na educação de seus estudantes e famílias. O que dependemos do governo estadual é a liberação para o retorno de forma híbrida e com rodízio”, destaca Wilson Abdon, porta-voz do Grupo de Valorização da Educação (GVE), que representa instituições de Salvador e Região Metropolitana.

    Abdon acredita que já seja possível iniciar o ano letivo, em fevereiro, com 50% da capacidade das crianças em sala de aula, e defende inclusive que a rede pública deveria seguir o mesmo modelo. “Esse retorno deverá respeitar três pilares: facultativo, para famílias e escolas, em rodízio, evitando aglomerados e com total segurança, seguindo e cumprindo todos os protocolos de seguranças. Mesmo ainda aguardando o protocolo oficial, o que é inacreditável, o GVE já tem um protocolo padrão, elaborado pela equipe médica do infectologista Adriano Oliveira”.

    “A cada dia aumenta a necessidade e vontade das famílias em retornar às aulas. As escolas sem dúvidas serão ambientes muito mais seguros do que as crianças estão convivendo hoje, comparado ao que vemos acontecer nos shoppings, parques, playgrounds. Além do mais, todos os setores da economia já abriram, o que torna injustificável a não abertura das escolas”, concluiu.

    Segundo a Secretaria de Educação de Lauro de Freitas, Vânia Galvão, sem uma definição quanto ao plano de vacinação contra a Covid-19 pelo governo federal, as atividades escolares no município seguem de forma remota, seguindo o currículo emergencial elaborado durante a pandemia, com encerramento do ano letivo de 2020 no primeiro trimestre de 2021. “As expectativas de data para retorno às atividades presenciais nas escolas se subordinam às determinações das autoridades sanitárias e as ações de combate ao coronavírus, até a vacinação da população. Desse modo, organizamos o retorno às atividades letivas a partir de fevereiro, primeiro com os docentes e as equipes das escolas no planejamento pedagógico do ano e depois com os discentes na modalidade de ensino híbrido, na medida em que for possível algumas atividades presenciais na escola com um quantitativo de estudantes menor do que o habitual, assegurando todos os protocolos de segurança que o momento exige”.

    Galvão destaca ainda que já está previsto pelas normativas do Conselho Municipal de Educação – CME, a possibilidade das aulas híbridas, e para além disso, existe o entendimento da importância do convívio escolar para a formação cidadã de crianças e jovens. “Apesar de todos os esforços, especialmente das equipes pedagógicas das nossas escolas e da SEMED, para alcançar nossos estudantes e suas famílias por meio das atividades domiciliares, das redes, das videoaulas, da entrega dos kits alimentação entre outros, o papel da escola e dos profissionais da educação na formação cidadã plena dos estudantes, as relações estabelecidas na diversidade humana no campo geracional, de gênero, étnica-racial, identidade, orientação religiosa, expressão sexual, socioeconômico, na estética, entre outros, no cotidiano escolar, é acima de tudo formadora de valores humanos, da solidariedade, do respeito às diferenças. As tecnologias de informação e comunicação sempre serão bem vindas, mas temos claro que não substituem a formação na coletividade. Ou seja, a educação é um processo coletivo”, conclui.

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