
A Embasa reiterou, no mês passado, durante apresentação no Vilas Tênis Clube, as informações publicadas pela Vilas Magazine na edição de julho sobre o andamento das obras do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) da cidade. A novidade é que, de acordo com a prefeitura de Lauro de Freitas, já em janeiro de 2020 serão iniciadas as obras de 12 estações elevatórias de um total de 26 nas três bacias da cidade.
FOTO: Gustavo Mayor, da Embasa: a batalha pelo SES continua
De acordo com o engenheiro Gustavo Mayor, da Embasa, a linha de recalque de Lauro de Freitas para Jaguaribe, que levará os efluentes para o emissário submarino, deve estar concluída em maio do ano que vem – se tudo correr conforme previsto.
A estação elevatória de Patamares, embargada por iniciativa dos moradores daquela área, em Salvador, continua a ser um obstáculo. Já havia a previsão de ser definida uma nova área para a elevatória até o fim deste ano, mas agora a Embasa precisa de nova autorização da Caixa para licitar uma nova obra. A nova licitação, prevista para janeiro, inclui pontos de dificuldade que não estavam previstos no local anterior, como trechos com fibra ótica, segundo explicou o engenheiro.
A área anteriormente prevista, cedida pela prefeitura de Salvador na região da rua Rio Trobogi, junto ao próprio curso d’água, foi objeto de questionamento junto ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), em abril de 2017, por parte de um condomínio vizinho que se opôs à construção.
Engenheiros da Embasa contaram, em fevereiro, que houve uma reunião com a participação de 18 advogados dos condomínios que se opunham à obra e, depois de dezenas de procedimentos no âmbito do inquérito civil aberto pelo MPBA, a Embasa desistiu do projeto.
A linha de recalque está quase toda pronta porque foi necessário antecipar essa etapa, que seria a segunda a partir de 2014, a fim de não interferir com a obra do metrô, explicaram os engenheiros no início do ano. Uma parte da linha acompanha o trecho hoje ocupado pelos trilhos.
Com 17,4 Km totais, a tubulação percorre a distância entre a estação elevatória principal de Lauro de Freitas, nas imediações do ginásio municipal de esportes e o emissário submarino de Jaguaribe. Segundo os engenheiros da Embasa, falta executar apenas 1,2 Km, ou 7% do total, incluindo a estação elevatória de Patamares.
Além de terminar o duto para Jaguaribe, ainda é necessário assentar 39 quilômetros de rede de coleta de esgoto na cidade. Anos atrás, quando a obra foi iniciada, cerca de 34 quilômetros de rede foram assentados. Estima-se que essa rede continue em condições de utilização. A licitação para o assentamento da rede que falta deve ser feita em janeiro.
Em Lauro de Freitas, apenas uma parte de Vilas do Atlântico, Ipitanga, Centro e Recreio Ipitanga já têm a rede de esgoto construída, embora sem funcionalidade. Segundo a prefeitura, a cidade tem hoje 35% de cobertura de esgotamento sanitário funcional, com “mais de 49 estações de tratamento”, além das redes individuais de condomínios. A Embasa garante que a tubulação instalada até 2012 será aproveitada.
Tudo isso faz prever o final da obra total para 2023, mas algumas etapas podem ser colocadas em funcionamento à medida que forem sendo executadas – de acordo com a Embasa. Iniciadas em 2011, as obras foram paralisadas um ano depois, quando o governo rompeu contrato com a empreiteira responsável, numa questão judicial que se arrastou até 2016.