Espero que, ao ler esta edição da revista Vilas Magazine, seu negócio já esteja aberto. Não sabemos até quando essa situação do vírus vai perdurar. Ótimo se já estiver normalizada a nossa vida. Assim, vou retomar nossas conversas, esperando que sejam úteis na sua volta à labuta.
Uma das grandes preocupações dos lojistas de varejo é com as vitrines de seus estabelecimentos. Elas precisam estar arrumadas satisfatoriamente, do ponto de vista do cliente, para quem elas existem.
O cliente gasta aproximadamente 4 segundos para passar na frente de sua loja. Por isso se espera da vitrine, em primeiro lugar, a atração irresistível, capaz de fazer o cliente parar para ver. Depois, é preciso que a vitrine agrade esteticamente, criando no consumidor uma sensação de prazer visual. A seguir ela deve promover a sedução do cliente para criar nele o desejo de possuir o que está exposto. E, finalmente, ela precisa produzir o impulso de compra.
Por isso não é fácil trabalhar com vitrines. Há toda uma sabedoria na arrumação, de modo a torná-la apta a percorrer os quatro estágios que levam à compra. Este conjunto de conhecimentos e técnicas é chamado vitrinismo, e é parte do chamado merchandising visual.
A vitrine, por si só, é uma mídia, ou seja, um instrumento de comunicação, de propaganda. Mas como qualquer mídia, a vitrine também tem que ser bem feita. Ela tem que se preocupar com a adequação aos desejos e expectativas do seu público alvo. Deve zelar pela imagem dos produtos e da loja, e além disso, precisa lidar muito bem com fatores, como a mensagem que se quer passar, e a emoção a ser transmitida.
Um problema básico de quem arruma vitrines é a administração do espaço. Ele precisa estar adequadamente utilizado. Vitrines muito cheias, produzem poluição visual, desagradam esteticamente e não conseguem atrair o cliente, nem lhe dar prazer. Por isso, embora ela esteja cheia de produtos, o cliente não os vê.
Por outro lado, grandes espaços vazios tiram também o prazer de ver e frustram o desejo da chamada fruição estética. Os espaços têm que ser bem utilizados, para pontuar a exposição dos produtos, fazer o cliente “respirar” entre um produto e outro, dar clareza à mensagem que você quer passar.
Outro aspecto fundamental no vitrinismo é a iluminação. Ela é capaz de criar um clima propício à sedução, através de corretos efeitos luminosos. Ela faz realçar os produtos e direciona o olhar de quem vê a vitrine. Por isso as vitrines devem ser bem iluminadas, ainda mais iluminadas que a loja e que o exterior, embora deva imitar o máximo possível a luz do sol, de modo a não distorcer as cores.
Não esquecer que o ponto principal de uma vitrine é a exposição dos produtos, ou seja destacá-los, dar-lhes expressão, criar uma atmosfera de aceitação e desejo, levando ao impulso de comprá-los.
Mas se o seu negócio é supermercado, não vale a pena pensar em vitrinismo. Afinal de contas, supermercados não têm vitrine.
Não têm vitrine? Não têm mesmo? Ledo engano! O que o supermercado não tem é gaveta, nem armário, para guardar os produtos na área de venda!
O supermercado é a única loja de varejo que é só vitrine! Tudo é exposição de mercadoria: estrados, painéis, gôndolas, prateleiras, cabeças de gôndola, displays, etc. Tudo isso é vitrine, ou seja, exposição destacada de produtos, que devem ser arrumados de modo a fazer parar o cliente, dar-lhe prazer visual, seduzi-lo e gerar nele o impulso de compra.
Não esqueça, porém, de fazer publicidade. Anuncie, para trazer o cliente até sua loja, para que veja sua vitrine e se complete o ciclo. Nesse retorno, a publicidade é fundamental.
Boa sorte nesta volta e bons negócios!