Meus amigos.
Passada a tempestade vem a calmaria. Passado o susto vem o aprendizado. E são muitos. Ninguém deixa a Covid sem sequelas. Graças a Deus, algumas são sequelas positivas. Impossível passar pela Covid e não fazer uma revisão de valores e de prioridades em nossas vidas.
A busca pela empatia, que por definição, é sair de si e se colocar no lugar do outro, é não diminuir a dor do outro, mesmo que você não entenda essa dor, é se realizar com o sucesso do outro, é uma dessas sequela.
A pandemia é uma oportunidade que tem a humanidade, mesmo vivendo um momento tão triste, tão horroroso, tão duro, de construir um mundo melhor. É a oportunidade de termos crescimento humano, uma evolução da espécie (empatia) sem precedentes. Não podemos perder essa oportunidade. O mundo não tem esse direito.
O que vale a pena? O que é importante ? O que gera benefícios para todos? São questões que só uma tragédia mundial, como a que vivemos atualmente, pode responder. No meu caso particular, tive muita sorte (privilégio) de, mesmo com minhas comorbidades, passar muito bem pela Covid. Obra de Deus.
Tenho muito o que agradecer: à minha esposa, que não teve medo justamente no momento mais grave da situação e da doença, ficando dentro de casa, ao meu lado, me servindo com carinho e zelo; aos meus irmãos, que constituíram o “ núcleo duro” e em conjunto decidimos os passos a serem dados e as providências a serem tomadas; à minha filha, Renatinha, que ficou de longe fisicamente, torcendo para chegar o dia de voltar para casa, me abraçar e brincarmos juntos, como sempre fazemos – eu sentia a preocupação dela quando me perguntava: “ pai, você está bem de verdade? ” ; aos meus cunhados e cunhadas, que me ligavam todos os dias, que tomaram conta dos negó cios e ainda junto com minha mãe me deram tranquilidade cuidando da minha filha; aos meus sobrinhos, que tive tanto medo de ter passado a Covid para eles, que com o mais inocente sentimento me tranquilizaram: “estamos bem, dindo”; à minha sogra; meus tios, tias primos e primas; aos meus amigos. Como sou privilegiado pelos amigos que tenho. Do Grupo Família da igreja, do Rotary Club , dos lancheiros, dos jeteiros da faculdade, da paróquia, dos vizinhos…
Recebi manifestações diárias de carinho, de solidariedade, de amizade. Palavras e gestos que jamais esquecerei. Várias correntes de oração foram disparadas em meu favor e isso me ajudou muito. A mobilização do bem foi muito importante, decisiva até, no processo. Jamais esquecerei de tudo isso.
Quero deixar minha gratidão a todos. Estou de volta graças a Deus. Na falta de outras palavras deixo essas: “Deus lhes pague”.