Inspira. Expira. Respira.

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De todas as previsões de como seria o ano de 2020, ninguém esperava por uma pandemia. O coronavírus se espalhou rapidamente por todo o mundo, gerando uma onda de insegurança: Preciso ficar em casa? Mas, e o meu trabalho, como pagar as contas e colocar comida em casa? E as crianças sem escola? Como proteger os idosos? Como fazer a minha vida funcionar?
 
Somados a tudo isso, temos ainda que lidar com o isolamento social, uma distância forçada de amigos, parentes e a impossibilidade de estar em diferentes ambientes realizando atividades que nos proporcionam prazer, e ao mesmo, aprender como conviver tão intensamente com as pessoas que estão dentro da mesma casa, construindo uma nova rotina. Todas essas mudanças são capazes de gerar estresses que afetam tanto  o corpo como a mente.
 
Adelina Baraúna, 66 anos, apesar de ser terapeuta e estar à frente do Surya Espaço Terapêutico desde 2001 e praticar yoga há 43 anos, também está sentindo o impacto de todas essas mudanças. “Tem toda uma rotina de atividades de casa e higiene que temos que cumprir, isso nos intervalos entre uma vídeo chamada e outra, seguindo com as atividades que antes fazíamos de forma presencial”, conta.
 
Segundo ela, estabelecer uma rotina de atividades pensando no presente é uma das formas de chegar em um estágio de equilíbrio da mente que nos permite cuidar de nós mesmos e do outro. “Todos os seres humanos neste momento estão passando por um processo de transformação, e uma vibração que está presente é o medo, qualidade inerente do ser humano. Mas dentro da sabedoria do yoga e do autoconhecimento, alcançamos a compreensão que precisamos viver o agora, e o futuro depende disso, de como vamos viver o hoje. Então, se neste momento eu posso ficar em casa, não sou um profissional de linha de frente, seja profissional de saúde ou abastecimento, eu devo ficar em casa, esse é o meu papel. De casa, vou cumprir com as minhas atividades, home office, cuidados da casa, com as crianças; quem gosta de rezar, reze, quem gosta de vibrar um mantra, o faça. E dessa maneira eu consigo harmonizar a minha mente e pensar também na proteção do outro”.
 
Fácil? Não é!
 
Adelina fala que a vontade que dá é de sair de casa e eliminar esse inimigo, matar o vírus, mas infelizmente não pode ser assim. Então, devemos aproveitar este período como aprendizagem, utilizando para isso um instrumento que já conhecemos: Respiração.
 
“Respirar, respirar de forma consciente. Quando você respira de forma consciente você sente o ar entrar e sair dos pulmões, e neste momento você sente o presente. Primeiro, inspira, nos enchemos de ar e de possibilidades; depois, expira, é quando nos esvaziamos, jogamos para fora toda a preocupação e chegamos na nossa essência. E fazemos esse processo de forma repetida”, destaca.
 
“O termo respiração, por sinal, nunca foi tão usado como atualmente. Perceba que nos noticiários escutamos sempre falar sobre respiradores e da necessidade deles para garantir vidas”, acrescenta.
 
E não pense que aprender a respirar sirva apenas para superar momentos difíceis. Fisiologicamente, a respiração é comandada pelo sistema nervoso autônomo, e respirar bem vai gerar impactos positivos também na pressão arterial, temperatura corporal, digestão e metabolismo.
 
“Quando conseguimos praticar a consciência da respiração ao longo do dia, contribuímos também para uma qualidade de sono melhor. Para a pessoa que foi para rua e passou o dia inteiro desempenhando suas atividades, sempre é bem vindo tomar um banho quente, um pouco antes de se deitar ingerir também um alimento quente, seja um chá, um leite, que antigamente se usava muito. Busque algo que lhe seja agradável, é uma atitude de carinho com você . Não ligue televisão, se gostar ouça uma música, e sinta a respiração”.
 
Fazendo os acompanhamentos terapêuticos, agora de forma virtual, Adelina acredita que este é um momento onde o medo, que está tão em evidência, deva ser usado como busca pelo autoconhecimento. “É um momento muito importante de nossa existência, uma grande transformação dentro da egrégora da terra, onde todos, sem exceção, estamos na mesma vibração energética. Então, se você tem a oportunidade de compartilhar os seus conhecimentos ou buscar novos aprendizados junto a um terapeuta, o faça, mesmo que de forma virtual. Busque uma pessoa que lhe ajude a enfrentar, de forma amorosa, os seus medos. Só assim alcançamos a transformação”, concluiu.

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