Kartismo baiano supera desafios e mantém acesa a chama do esporte

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Aconteceu dia 7 de maio a abertura da temporada 2017 do Campeonato Baiano de Kart. Com os pilotos na pista, o domingo de sol foi de muita velocidade, mas também, algumas tristezas. O kartódromo, que já foi palco de disputas do Campeonato Baiano, Campeonato Brasileiro e Copa Brasil de Kart, hoje sobrevive em um espaço improvisado, na luta para que o esporte não acabe.

 
Apesar da falta de estrutura Kartódromo Ayrton Senna sedia etapa do Campeonato Baiano de Kart
 
O circuito, ou o que sobrou dele depois da construção do Centro de Excelência e Treinamento Pan-Americano de Judô, leva o nome do maior piloto brasileiro da história, Ayrton Senna. As atividades do Kart baiano em Lauro de Freitas começaram nos anos 90, após a desativação do circuito no Stiep, em Salvador.
 
A concessão para o uso do espaço local, de propriedade da Arquidiocese de Salvador, era de 20 anos, e não foi renovada. Apesar das tentativas da Federação de Automobilismo da Bahia – FAB, a proposta de compartilhamento do espaço entre as duas modalidades esportivas não foi aceita, e em 2013 o Kartódromo perdeu 30% da pista, toda a estrutura de boxes e a área de convivência.
 
Mas a perda foi ainda maior. Pilotos de diversas categorias desistiram do kart, e profissionais que atuavam diretamente no segmento, a exemplo de mecânicos especializados, procuraram novas ocupações.
 
Para não cessar as atividades do kart, o campeonato baiano froi realizado nos últimos quatro anos no estado vizinho, Sergipe, no Kartódromo Emerson Fittipaldi, em Aracajú. “Durante quatro anos levamos pilotos, geração de renda e emprego, para Aracaju, de forma gratuita”, destaca Euvaldo Guimarães Luz, membro da diretoria da Associação Baiana de Kart. 
 
Depois de algumas manifestações dos kartistas e com o apoio da FAB e de Selma Morais, hoje vice-presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, foi possível realizar essa etapa do campeonato baiano em Lauro de Freitas.
 
NOVO CIRCUITO MAIS LONGE
Um novo e moderno complexo automobilístico já tem local definido, será no município de São Francisco do Conde, que doou um terreno de 850 mil m² para a FAB. As obras já começaram e a pista de velocidade na terra já está pronta para receber competições nacionais.
 
Quanto à praça para prática do kart, a Federação, em parceria com a Prefeitura municipal de São Francisco do Conde e Governo do Estado, através do programa Faz Atleta, estão empenhados para que as obras comecem no mês de setembro, com previsão para conclusão de pista e boxes em fevereiro de 2018.
 
A pista terá 1200 m² o que permite a realização de campeonatos nacionais e internacionais. O Complexo contará ainda com uma pista de arrancada, também prevista para fevereiro, e no futuro um autódromo, com pista nos padrões oficiais, que atendam demais categorias a exemplo da stock car, que ainda depende da captação de recursos.
 
“É uma pena sair de Lauro de Freitas, estávamos mais perto de Salvador, mas não foi possível. Hoje a pista tem pouco mais de 700 m² o que inviabiliza a realização de competições nacionais. Nossa expectativa é que com as primeiras praças esportivas prontas, consigamos patrocínios e recursos financeiros que possibilitem a construção do autódromo, potencializando o esporte na Bahia”, destaca Selma.
 
Julio Cezar, Euvaldo Luz e Julio Cesar Filho, ganhadores da categoria Sport 400 A
 
Euvaldo se preocupa com a distância da nova pista e teme que mais kartistas, que hoje estão na ativa, desistam da prática esportiva. “É uma oportunidade de apresentar o kart para novas pessoas, quem sabe novos amantes do esporte, mas por outro lado, sair da região metropolitana pode fazer com que pilotos, que hoje são competidores, desistam do esporte”, frisa.
 
“No meu ver a construção do Complexo não precisa significar o fim das atividades do Kartódromo Ayrton Senna, mas este necessita de um apoio governamental, ajustes e ampliação de pista, além de melhorias na área de convivência dos pilotos, para continuar operando”, completa Euvaldo.
 
Funcionando de terça a domingo, com maior pico de movimento durante os finais de semana, os pilotos se esforçam para manter o esporte vivo, e para fortalecer o kartismo até criaram uma nova categoria para o campeonato deste ano, a categoria Rental, onde os pilotos correm com carros de aluguel.
 
“A Bahia tinha corridas de automóveis na década de 60/70, e hoje, apesar de possuirmos fábrica de veículos no estado, que seria um grande incentivo, ainda não temos uma pista, um espaço adequado destinado à prática do automobilismo”, conclui Euvaldo.

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