Já estão em andamento duas grandes obras na cidade, que são o esgotamento sanitário, com previsão de conclusão nos próximos dois anos, e as obras de macrodrenagem do Rio Ipitanga, que resolverá os problemas de alagamentos de Lauro de Freitas no período das chuvas. Oportuno destacar que essa obra, ainda em execução, já mostrou resultados, quando das fortes chuvas que cairam na cidade (segunda semana de novembro) e não tivemos alagamentos.
De novo o que podemos destacar é a nova orla da cidade, cujas obras só não começaram por estarem sub júdice, mas o projeto já está pronto e nossa meta é entregar a nova orla para o verão de 2022, obra que vai atender aos munícipes, e também potencializar o turismo na cidade.
Desde 2005, início de sua primeira gestão, para hoje, Lauro de Freitas mudou muito, e as necessidades dos moradores, também. O que a senhora identifica como sendo o grande ‘calcanhar de Aquiles’ da cidade?
Acho que já destaquei três deles: o esgotamento sanitário, os alagamentos e a orla. Mas é claro que existem problemas a serem solucionados em outras áreas, a exemplo do transporte, onde, além de uma nova estrutura para o transporte dentro do município, que será integrado ao Metrô e ao transporte metropolitano, já estamos alinhados com o governador Rui Costa para levar o Metrô até o bairro de Portão, e caso isso não seja possível, que essa ligação aconteça com outro modal sobre trilhos.
Continuamos em um momento delicado, do ponto de vista da saúde pública. A Covid-19 não acabou, mas por outro lado as atividades precisam ser retomadas. E aqui temos duas situações que precisam ser levantadas: a primeira é sobre a fragilidade do sistema educacional, onde a necessidade das aulas virtuais em casa só reforça o quão atrasados ainda estamos na inclusão digital. O que pode mudar na educação já a partir de 2021 com os ensinamentos que colhemos deste ano?
Lauro de Freitas está se destacando no combate à Covid-19 como a cidade mais próxima de uma capital, com o menor índice de mortes. Claro que uma morte já seria muito, mas se manter com um índice baixo demonstra que estamos fazendo o dever de casa.
Avançamos no ponto de vista da saúde, com novas unidades de atendimento, e a partir deste mês ou até janeiro, quando for inaugurado o Hospital Metropolitano, já estamos alinhados com o governo do Estado, que vai transferir a administração do Hospital Menandro de Faria para o município, ampliando nossa oferta de atendimento.
Quanto à educação, apesar da paralisação das aulas desde março, por conta da Covid-19, mantemos o nosso programa de forma remota, e aqueles que não tem acesso a um celular ou computador, estão pegando o material das aulas impresso nas escolas. Mas já nos adiantamos e abrimos um processo de licitação para modernização, com compra de tablets, que serão distribuídos aos estudantes para uso exclusivo dos conteúdos educacionais.
É bom reforçar que estamos torcendo para que saia logo uma vacina, mas de qualquer modo já entendemos que as aulas remotas são uma realidade na educação.
A segunda questão é quanto a economia, a demanda dos empresários por mais apoio da gestão e o fortalecimento da geração de empregos locais. As pessoas moram aqui, mas trabalham em outras cidades da RMS, e tendem a gastar o dinheiro onde trabalham, e assim a economia local não gira. Que tipo de apoio os empresários podem esperar a partir de agora?
Isso é folclore. No passado pode até ter sido, mas hoje a cidade de Lauro de Freitas gera muitos empregos. Temos verdadeiras vitrines nas principais vias da cidade, como na av. Luiz Tarquínio, no Centro, sem falar do Parque Shopping Bahia, do Mercado Livre e do comércio pujante nos bairros. Durante a pandemia tivemos que fechar apenas 24 estabelecimentos em toda a cidade, é um número muito pequeno. Do ponto de vista dos empresários, já está em funcionamento, através da parceria com o governo do estado, o SAC empresarial, onde disponibilizamos linhas de crédito para amenizar os impactos da pandemia.
Em sua entrevista para a Vilas magazine em 2004, poucos dias antes de assumir o seu primeiro mandato, a senhora disse que seria um grande desafio governar uma cidade com tamanho contraste social: ‘dos luxuosos condomínios à verdadeiros guetos de miséria’. Apesar da maioria dos votos, a senhora não conseguiu conquistar ainda os eleitores de Vilas do Atlântico e entorno. Isso seria um reflexo desses contrastes sociais?
Eu não diria que não conquistei esses eleitores, só não tive a maioria dos votos. A questão é que a prioridade quando se tem poucos recursos é atender aos que mais precisam. Então, entre recuperar o asfalto em uma rua de Vilas do Atlântico ou tirar da lama os municípes que não tem asfalto nenhum, eu escolho a segunda opção. Não fazemos distinção em nossa gestão, realizamos as obras que são prioritárias para os munícipes. Em Vilas do Atlântico, por exemplo, recuperamos o Parque Ecológico, que está aberto à visitação de todos. Assim como a unidade da Clínica da Dor, no Jorge Novis, e a piscina semi-olímpica, ambos na Itinga, e o Restaurante Popular, no Centro, são para uso de todos. Mas quem precisa mais desses serviços? De fato, não são os moradores de Vilas do Atlântico, Miragem e Buraquinho.
Quanto às perspectivas políticas, uma candidatura à Câmara dos Deputados ou ao Senado, fazem parte dos seus planos para 2022?
Minha vida política foi construída em abrir mão de outros planos para cuidar de Lauro de Freitas. Em 2002 e 2014 eu estava deputada, mas o povo de Lauro de Freitas me quis prefeita, e aqui me mantenho. É a cidade onde moro, onde escolhi criar minha filha, meu neto, é a cidade que eu amo. Minha meta é ficar na prefeitura pelos próximos quatro anos, até para que eu possa concluir tudo que está no nosso programa de governo, que é um programa participativo, onde os munícipes apontaram as grandes necessidades. Mas a política é muito dinâmica, de modo que não dá para fazer qualquer afirmação agora.
As entidades representativas de Vilas do Atlântico: Salva – Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico e Amova – Associação de Moradores de Vilas do Atlântico, não reconhecerem a validade da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal – PDDM, aprovado por lei em 2018, nem as ações que compreendem o processo de revisão. Uma das críticas feitas é que não foram realizadas audiências públicas para validar a revisão do PDDM, mas segundo o prefeitura tais audiências aconteceram em 2015, três anos antes da aprovação da lei. Segundo a revisão do PDDM, os bairros da orla de Lauro de Freitas, da praia à Estrada do Coco, passariam a constituir uma região administrativa denominada Macrozona Urbana Turística (MUT), com o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e serviços turísticos ao longo da orla, inclusive novas vias de acesso.
Para entender o caso, confira as matérias ‘Revisão do PDDM orienta exploração turística de Vilas do Atlântico’, edição 241, de fevereiro de 2019 e ‘Vilas do Atlântico rejeita revisão do PDDM’, edição 251, de dezembro de 2019, disponíveis no site da revista Vilas magazine.