A excelência musical praticada pelo Programa Neojiba está sendo prestigiada em algumas das principais salas de concerto da Europa. Sob a regência do maestro Ricardo Castro, 104 jovens, com idade entre 14 e 29 anos, participam de turnê internacional, de 26 de agosto a 13 de setembro, com passagem pela Suíça, França e Itália. A Turnê Europa 2016 é a sexta viagem ao exterior da Orquestra Juvenil da Bahia (Osba), principal formação do programa, em nove anos de existência, e a segunda com todas as despesas pagas por promotores estrangeiros.
“Vamos nos apresentar como orquestra regente. Isso significa que vamos nos apresentar no mesmo local mais de um dia e não poderemos repetir as apresentações, cada dia será algo novo”, declarou o maestro Ricardo Castro (dir.), diretor artístico do Neojiba.
Ao todo, serão apresentados 11 concertos, tendo no repertório obras como os Choros nº 6, de Heitor Villa-Lobos, o Concerto para Violino, de Beethoven, o Concerto para Piano e Trompete nº 1, de Shostakovich, a Sinfonia nº4, de Tchaikovsky, entre outros.
Para os jovens alunos e multiplicadores responsáveis pela disseminação do modelo social e pedagógico do Neojiba, a turnê é uma forma de valorização do trabalho. “A turnê é muito mais do que simplesmente chegar e tocar. Para nós, é uma experiência fantástica. Estamos representando a juventude da Bahia no exterior. Depois que o Neojiba foi lançado, o estado passou a ser visto de uma maneira diferente lá fora”, destaca o trompista Uriel Borges, 19 anos.
Do Nordeste de Amaralina para o mundo. Esta será a primeira viagem ao exterior do violoncelista Caio Soares, 16. Há três anos, antes de entrar no programa, Caio não acreditava que era possível ganhar a vida com música clássica. “Sem dúvida, é a realização de um sonho. A gente, que vem de bairros mais humildes, acaba achando que esse tipo de coisa é uma realidade distante. Estou muito feliz de ter a oportunidade de ir para a Europa”.
O Neojiba é um programa social que tem mudado a vida de muitos baianos a cada partitura ensinada. Instrumentos de corda, sopro e percussão dão o tom do futuro de seus integrantes.
O programa, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), desenvolve trabalho social nos seus dez núcleos de prática orquestral e coral, além de apoiar projetos musicais comunitários em mais de 30 cidades da Bahia.
Através da arte, a iniciativa tem transformado contextos e ampliado a esperança de jovens baianos.