Quais os novos passos para a economia de Lauro de Freitas?

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Lauro de Freitas completou em 31 de julho, 57 anos de emancipação política, uma cidade relativamente nova, mas que conseguiu se consolidar no cenário econômico da Região Metropolitana como um importante polo de serviços e comércio. É a oitava maior cidade do estado, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com cerca de 195.095 habitantes (dados de 2018), e seu PIB a coloca como a 15ª maior economia da Bahia.
 
Segundo o economista Artur Mattos, que atuou em diferentes gestões do município e hoje coordena a Nota Fiscal Eletrônica, em Salvador, Lauro de Freitas ganhou relevância a partir da década de 1990, com um plano estratégico muito claro de incentivos fiscais. “A geolocalização da cidade, por si só, não explica seu potencial nos setores de serviços e comércio. É preciso salientar que a proximidade com Salvador, garantiu uma mão de obra de excelência, e que um plano de gestão bem definido, focado na atração e captação de empresas através de incentivos fiscais, foram determinantes para o crescimento econômico de Lauro de Freitas nestes últimos 30 anos”, frisa.
 
Mas Artur destaca que essa proximidade com Salvador também gera impactos negativos.
 
Como muitas pessoas moram em Lauro de Freitas e trabalham em empresas da capital, parte do consumo acaba acontecendo em Salvador, transformando Lauro em uma cidade dormitório, e isso do ponto de vista do crescimento econômico, não é bom.
 
Esse fluxo de Lauro para Salvador gera mais um foco de atenção, algo que vem se tornando o ‘calcanhar de Aquiles ‘ da cidade: a infraestrutura. “Nos últimos anos, muitas pessoas se deslocaram de Salvador para Vilas do Atlântico, Buraquinho e o Condomínio Parque Encontro das Águas, em busca de qualidade de vida. Essa foi a ideia vendida para atrair novos moradores. Mas é impossível falar em qualidade de vida com os engarrafamentos que se formam nas principais avenidas, sobretudo nos horários de pico. Muitas vezes chega a ser pior do que em Salvador. Algumas pessoas com quem eu converso já pensam em buscar outro lugar, e com a chegada do novo shopping, em uma área que já é historicamente crítica do ponto de vista do deslocamento, tem deixado as pessoas ainda mais preocupadas”, destaca.
 
PENSADO PASSOS À FRENTE
Sobre uma possível estagnação ou saturação de mercado, Artur destaca que é necessário uma análise criteriosa, mas, com o olho no futuro, ele enxerga um potencial de crescimento econômico para a cidade que ainda pode ser explorado em dois segmentos: o turismo e a tecnologia. “Entendo que o turismo na região foi pouco explorado, talvez até por conta das praias do litoral norte. Já a tecnologia, pode e deve ser trabalhada através das startups, aproveitando também o potencial acadêmico das instituições presentes na cidade”.
 
No que tange ao equilíbrio das contas municipais, Artur entende que Lauro de Freitas possui uma situação privilegiada em relação a outros municípios. “Lauro têm uma situação econômica privilegiada do ponto de vista fiscal, com uma boa arrecadação de IPTU, IPVA, ICMS e ISS, ou seja, existe mais de uma forma de arrecadação e isso garante um melhor equilíbrio, sobretudo em momentos de crise. Diria inclusive que Lauro de Freitas pode até caminhar para se tornar uma cidade modelo, desde que a administração da cidade seja feita com uma gestão de qualidade”, conclui.
 
FOTO: Praça da Matriz, com a igreja de Santo Amaro de Ipitanga, fundada no século 16 pelos jesuítas, junto com a aldeia de São João. Em 1608, foi criada a Paróquia de Santo Amaro de Ypitanga. Acredita-se que o templo atual tenha sido construído na segunda metade do século 17, com algumas alterações posteriores. O conjunto arquitetônico foi tombado pelo Iphan, em 1944.
FOTO 2: Artur Mattos
FOTO 4: A av. Santos Dumont – antiga Estrada do Coco – corta a cidade e é o maior circuito comercial do município

 

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