Quem tem medo da opinião pública?

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Entre dirigentes de empresa, ainda existe muitos que não entendeu a importância e a influência da opinião pública sobre os negócios. Agem como se pudessem ignorá-la.
 
Quando entretanto, um jornal ou revista ou a rede social publicam uma nota desabonadora contra sua loja, aí então é um deus-nos-acuda, e às vezes o varejista não sabe se conduzir: faz feio, agride, acusa o cliente, e sai mais desgastado do que nunca.
 
Ao contrário do que possa parecer, a opinião pública não é a soma, nem sequer a média das opiniões individuais das pessoas. Ela é formada por alguns líderes, ou mesmo por certas instituições, e logo é abraçada (às vezes inconscientemente) pela população. Uma vez estabelecida, torna-se o padrão de opinião. Ela condiciona atitudes e determina comportamentos.
 
Torna aceitáveis ou inaceitáveis causas, coisas, idéias, pessoas, produtos, empresas, etc.
 
Desnecessário lembrar o quanto as redes sociais têm influenciado, inclusive a vida política do país, impedindo a eleição de uns e elegendo outros até então desconhecidos. Imagine o estrago que pode fazer com um estabelecimento comercial!
 
Quando instalada, a opinião pública é irracional. Assim, depois que se estabelece que tal loja tem preços altos, as pessoas começam a agir mecanicamente, isto é, nem passam mais por lá, para conferir o preço. Simplesmente deixam de entrar naquela loja.
Podemos mudar a opinião pública?
 
Sim, mas esta é uma tarefa difícil, de alto custo psicológico e financeiro, que não se consegue a curto prazo. Além do que, nada, nem ninguém, sobrevive muito tempo contra a opinião pública. Esteja certo disso!
 
Por esse motivo, qualquer empresa tem que se preocupar em se fazer aceita pela sociedade. É preciso que, aos olhos da opinião pública, a empresa seja vista como “boa cidadã”, isto é, uma instituição que cumpre seu papel, paga seus impostos, serve bem aos clientes, gera empregos, tem portanto sua existência
 
Esse reconhecimento gera simpatia pela marca, boa imagem e mais vendas. Em outras palavras: fideliza o cliente, dá estabilidade ao negócio e aumenta os lucros! Portanto, precisamos influenciar a opinião pública a nosso favor.
 
O primeiro passo é trabalhar corretamente no nosso negócio: atender bem o cliente, ter preço compatível, limpeza, e tudo o mais que você já sabe ser importante num estabelecimento varejista.
 
Mas não basta só isso, porque a opinião pública é criada pelos chamados formadores de opinião. A população apenas acredita no que eles dizem e assumem as versões que eles divulgam. Acredite: as massas não pensam, apenas obedecem a impulsos e emoções!
 
Quem são afinal esses formadores de opinião que precisamos influenciar? Os donos do poder são: a mídia (revistas, blogs, TV, jornal, rádio); as chamadas lideranças da sociedade civil (ONG’s, ecologistas, associações de classe ou de bairro); as lideranças religiosas (o clero católico, evangélico, cultos afro, entre outros). O próprio Governo com suas estruturas e ramificações, os Rotary e Lions Clubes, todos são, em escalas diversas, formadores de opinião.
 
É preciso desenvolver boas relações com esses personagens, especialmente mantendo-os informados a respeito de tudo de bom que sua empresa oferece à comunidade. E precisamos fortalecer nossas associações de classe, para que possam, com a força da nossa representação, exercer uma influência mais poderosa (um “lobby”, no seu verdadeiro e correto sentido ), mantendo informados e próximos de nós os formadores de opinião.
 
Assim, não é preciso ter medo da opinião pública: é preciso, sim, aprender a formá-la favoravelmente!
 
Raymundo Dantas é Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo,
com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br

 

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