Realidades inaceitáveis

Realidades inaceitáveis
É essencial o engajamento da comunidade no combate ao mosquito da dengue, chicungunha,
zika – e sabe-se lá quantas mais doenças ainda desconhecidas por aqui – mesmo que as
autoridades de saúde façam a parte que lhes cabe. E na medida em que as autoridades não
conseguem obter resultados, mais importante se torna o comportamento individual.
Fica difícil acreditar na erradicação do mosquito quando se sabe que ele se reproduz até
mesmo em folhas de árvores. Obviamente, cortar todas elas não é uma solução viável. Mas se
não podemos elimina-lo, podemos ao menos minimizar a proliferação.
O acesso a dados sobre os índices de infestação pelo aedes aegypti em cada bairro, além
de ser um direito dos cidadãos, serviria para demonstrar claramente o risco objetivo que cada
um corre, motivando as pessoas para o combate.
Também é verdade que pouco adianta cuidar das piscinas abandonadas em Vilas do Atlântico
quando, paredes meias com elas, há lajes e vielas acumulando água parada em aglomerados
urbanos subnormais. A ausência de saneamento ambiental e mesmo de moradia digna não
é propriamente responsabilidade das famílias que moram ao lado, mas de todos nós, como
sociedade. A pobreza tem que deixar de ser uma realidade aceitável.
Em grande medida, a responsabilidade que temos todos, enquanto sociedade, inclui mudar
esse estado de coisas. Se não for por humanismo, que seja pelo combate ao mosquito.
 
Sangue
A eleição municipal que se aproxima promete, desde já, um ambiente semelhante ao que
vivemos na mais recente eleição presidencial, com todo tipo de comportamento rasteiro travestido
de combate político. Na esfera municipal, inclusive, a coisa tende a se tornar ainda mais
feroz porque os atores envolvidos constituem grupos de interesse que batalham pelo próximo
cargo público, pela nomeação que recompensará o “apoio” na campanha.
Persiste no cenário local uma casta que orbita os detentores de mandato e os candidatos
a um mandato. Não faz muito tempo, usava-se sem cerimônia o termo “grupo político” para
designar os partidários deste ou daquele. É dessas hostes que costuma surgir a truculência
“política”, como se política fosse isso.
É fundamental que as lideranças políticas merecedoras do nome controlem seus liderados
nesse sentido. No mínimo, que não estimulem a baixaria.
 
Conversa
Depois de ter iniciado obras com amplas implicações sem consultar a comunidade, a Conder
assume o compromisso, veja você, de apresentar ela mesma um projeto do esgotamento
sanitário da Lagoa da Base, a cargo da Embasa. Fica combinado, portanto, que a – necessária,
urgente – drenagem daquela região exige, sim, um adequado sistema de esgoto. Faltou ao
menos prometer – já nem seria cumprir – um prazo para que a instalação saia do papel e vire
realidade. Até lá, sabe-se lá quando, haverá apenas conversa. O que já não é pouco, se recordarmos o início da obra.

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