A Igreja de Santo Amaro de Ipitanga reformada: pedido do pároco, atendido pela prefeita Moema Gramacho
A Igreja Matriz de Santo Amaro de Ipitanga, ponto de origem do vilarejo ao qual emprestou o nome há mais de 400 anos, que teve o telhado reformado, foi reapresentada à população no dia 31 de julho – justamente no aniversário de 57 anos da emancipação política que renegou o nome original.
As intervenções consistiram na substituição do telhado e manutenção de todo madeiramento, recuperação do forro, adequação das instalações elétricas, além da restauração de esquadrias e pintura.
A secretaria, a sacristia, o altar e o santuário também passaram por adequações. De acordo com a prefeitura, todo o processo de reforma foi acompanhado pela equipe técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). FOTO: Os centenários silhares da igreja: preservados na reforma de 1975
A reforma foi oficialmente apresentada depois de uma missa pela passagem dos 57 anos de emancipação. “Este é um sonho antigo, não só da comunidade católica, mas de todos aqueles que prezam pela preservação de nosso patrimônio histórico e arquitetônico” – destacou a prefeita Moema Gramacho.
Foi sob o novo telhado da igreja que centenas de fiéis renovaram a fé e a devoção no padroeiro de Lauro de Freitas, na missa pelo aniversário da emancipação. A cerimônia religiosa, em caráter festivo e em agradecimento da reforma, foi presidida pelo arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, com o pároco de Santo Amaro de Ipitanga, padre Juraci Gomes de Oliveira.
De acordo com a prefeita, a reforma políaconteceu “atendendo a um pedido do padre Juraci e de toda comunidade”. De acordo com Moema Gramacho, “achávamos que seria só a troca do telhado”, mas “a reforma acabou muito maior com a troca de todo o madeiramento”. Sendo “um equipamento secular”, tombado pelo IPHAN, a igreja precisou de mais reparos “e muito cuidado durante toda a obra”, disse.
O Padre Juraci confirma a boa vontade da prefeitura: “A prefeita tinha prometido o telhado e depois a pintura”, disse – “mas no desenrolar de todo o trabalho, mais reparos foram feitos”.
Apesar das intervenções serem de responsabilidade do IPHAN, a prefeitura de Lauro de Freitas, “compreendendo a necessidade da reforma e a importância da igreja para a história”, indicou a obra como objeto de investimento de contrapartida social das empresas MRV e Terra Forte. O montante do investimento não foi divulgado. A lei que orienta a aplicação de recursos dessa origem pode mudar se for aprovada uma proposta que está em tramitação na Câmara Municipal. FOTO: O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger preside à missa em Ação de Graças: contrapartida social
Berço da história de Lauro de Freitas, a igreja foi construída no século 17. Seu interior, alterado numa reforma em 1975, conserva apenas uma barra de azulejos que envolve toda a nave e capela-mor com motivos avulsos. Entretanto, seriam os mais extensos silhares encontrados na arquitetura luso-brasileira. Segundo o historiador Santos Simões, datam de 1740. A igreja foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 13 de maio de 1985, dez anos depois da descaracterização interna.