Cada povo tem o governo que merece

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colunista para a vilas magazine

A célebre afirmação do escritor francês Joseph-Marie de Maistre, “cada nação tem o governo que merece”, ressoa profundamente em tempos eleitorais, especialmente na cidade de Lauro de Freitas. Nesse contexto, é essencial refletirmos sobre o papel do eleitor na formação do governo e como as escolhas feitas nas urnas moldam o futuro da sociedade.

Em Lauro de Freitas, a presença de um “governo paralelo” em determinadas localidades e bairros, impõe desafios significativos ao pleno exercício da democracia. Esse fenômeno limitou a liberdade de candidatos em pedir votos e enfraquece a representatividade de um eleitorado que já enfrenta barreiras para ouvir propostas diversas. Quando algumas vozes são silenciadas, a essência da eleição se perde, e a escolha de governantes torna-se ainda mais complexa.

Mesmo diante desses obstáculos, o ato de votar se revela como uma ferramenta fundamental para a transformação social. A responsabilidade do eleitor em escolher quem enfrentará os problemas locais é crucial para o fortalecimento da democracia e a construção de um governo que realmente represente a vontade popular.

Outro aspecto preocupante que afeta a política local é a compra e venda de votos. O eleitor que aceita vender seu voto, não apenas abre mão de sua voz, mas também paga um preço alto que reverberará ao longo de sua vida cívica. Políticos eleitos por meio dessa prática tendem a priorizar interesses próprios, esquecendo das demandas da população e alimentando um ciclo de corrupção e ineficiência. O resultado sempre será: falta de infraestrutura, saúde precária e insegurança se tornam marcas de uma cidade que poderia estar prosperando.

Além disso, a polarização política que se intensificou no Brasil trouxe consigo um silêncio estratégico entre os eleitores. O medo de entrar em confrontos e de ser rotulado levou muitos a ocultar suas preferências eleitorais. Após a votação, é comum que as pessoas afirmem ter apoiado os vencedores, omitindo suas verdadeiras escolhas. Essa atitude prejudica o debate político, essencial para o fortalecimento da democracia e para a promoção de mudanças significativas. O envolvimento no debate público é vital, pois a participação ativa do eleitor é uma forma de garantir que a diversidade de opiniões e interesses seja respeitada e considerada na política local.

Mesmo assim, o voto é uma das ferramentas mais poderosas que o cidadão possui. Cada eleitor deve refletir sobre o impacto de sua escolha na formação do governo. O compromisso de participar do processo democrático é fundamental para garantir um futuro melhor para Lauro de Freitas. Assim, a frase citada se torna um lembrete importante: Nós somos responsáveis pelo governo que ajudamos a eleger. Aqueles que optam por vender seus votos ou se abster estão, na verdade, renunciando ao direito de exigir mudanças e melhorias nos anos vindouros.

Este artigo foi elaborado antes do resultado das urnas e, independentemente do desfecho, é importante desejar um bom trabalho aos novos governantes de Lauro de Freitas. A cidade necessita urgentemente de mudanças em diversas áreas. Torcemos para que todos os eleitos estejam comprometidos em atender às demandas da população, promovendo um desenvolvimento que beneficie a todos. Que essa oportunidade que se inicia em primeiro de janeiro de 2025 seja para que todos possam se orgulhar do governo que ajudaram a eleger.

Paulo Maneira é Jornalista, consultor político, comanda os podcasts Conjuntura Atual e Liga da Política.

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