Cidade insustentável

Cidade insustentável
O insuficiente abastecimento de água, corriqueiro no verão baiano, pode ter sido potencializado pelo desgovernado aumento populacional de Lauro de Freitas. O problema é tributário da desenfreada concessão de alvarás de construção para um sem número de condomínios residenciais dos dois lados da Estrada do Coco, há anos. O problema só não é pior porque a crise do setor imobiliário freou a expansão urbana. As vias de circulação não ficam mais largas para receber o tráfego acrescentado, mas a tubulação da Embasa que abastece a cidade podia e devia ter sido ampliada muito antes de serem autorizadas as novas moradias. Isso, levando-se em conta que é possível captar água em volume suficiente para atender tanta gente.
 
Opacos
Com nota 5,7 no ranking da transparência do Ministério Público Federal, a administração pública de Lauro de Freitas não é das mais bem avaliadas, mas também não é das piores na Bahia. Estamos na 57ª posição entre 249 municípios perscrutados. O melhor do estado, com nota 8,3, é Mulungu do Morro, município de 12,4 mil habitantes a 470 Km de Lauro de Freitas. Salvador ficou com nota 6,4. Já estivemos em situação pior aqui, no resto da Bahia e em todo o país. Foi necessário editar leis que obrigam os gestores públicos a ser transparentes com o que não lhes pertence. Falta muito ainda para que essa transparência seja absoluta, até porque não basta disponibilizar os dados. É necessário fazer isso de forma que a população entenda o que está lendo, de forma acessível a qualquer cidadão leigo em contas públicas.
 
Eleições
O Tribunal Superior Eleitoral editou em dezembro uma resolução que limita as despesas dos candidatos nas eleições municipais deste ano. O valor estimado, provisório, para os candidatos a prefeito em Lauro de Freitas é de R$ 699 mil. Para vereador, R$ 105 mil. Cabe aos eleitores, mais que ao Ministério Público, fiscalizar quaisquer sinais exteriores que revelem o descumprimento dessa resolução. Não é muito complicado descobrir quanto custa um cavalete de propaganda e multiplicar esse custo pela quantidade de material no canteiro central da Estrada do Coco. Olho aberto.
 

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