Crescimento do comércio estimula ocupação das ruas

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A av. Santos Dumont, principal corredor comercial de Lauro de Freitas: crescimento
 
De acordo com o Serviço Nacional do Comércio (Senac), que abriu em Lauro de Freitas, em maio, a sua segunda unidade na Região Metropolitana de Salvador, o setor emprega mais de 80 mil pessoas em cerca de 8,7 mil empresas ativas em Lauro de Freitas.
 
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) informa que a Bahia gerou 10.093 postos de trabalho com carteira assinada em abril. Não foram divulgados todos os números por município. O resultado decorre da diferença entre 55.305 admissões e 45.212 desligamentos. O setor de comércio respondeu por 772 postos de trabalho, embora no acumulado do ano o saldo seja negativo, com menos 2.323 empregos.
 
A par disso, é notório o crescimento do comércio de rua, com bancas ocupando as calçadas e até mesmo áreas de estacionamento nas ruas – o que também indica o crescimento do setor de comércio na cidade.
 
Muito do comércio de rua é apenas uma extensão das lojas formais em frente. De acordo com comerciantes, que preferem não se identificar, a ocupação da via pública visa ampliar a área de vendas e impedir a concorrência dos informais. A informalidade no comércio de Lauro de Freitas inclui escancaradamente a venda de produtos alimentícios prontos e semi-prontos e até crus – carne, aves, peixe, camarão, lagosta, caranguejo, linguiça –, que são reguladas por legislação específica.
 
Em abril, de acordo com números fechados no mês passado, as vendas no comércio varejista baiano cresceram 2,1% – e isso num contexto que, no cenário nacional, aponta o retorno à recessão.
 
O aumento das vendas foi registrado em relação ao mês homólogo do ano anterior, sendo superior até mesmo ao crescimento do varejo nacional, esfera em que o volume de negócios expandiu 1,7%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou taxa positiva de 0,9%, sendo a terceira maior entre as unidades federativas.
 
O resultado das vendas do varejo baiano, entretanto, foi influenciado pela data comemorativa do período, a Páscoa, que em 2018 ocorreu em março, enquanto em 2019 foi em abril. No setor de serviços, o registro é de um crescimento de 0,5% de março para abril.
 
Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em âmbito nacional. Os dados de Comércio foram analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento do Estado.
 
“A recuperação do comércio varejista em abril está associada ao aumento dos empregos, com a geração de mais de 10 mil postos formais nesse mês, reflexo dos investimentos e de políticas acertadas do governo do Estado”, destacou o secretário do Planejamento Walter Pinheiro – “Vale destacar que a Bahia é o estado que lidera o Nordeste na geração de emprego”.
 
Por atividade, os dados do comércio varejista, quando comparados a abril de 2018, revelam que cinco dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo: tecidos, vestuário e calçados (9,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,6%); móveis e eletrodomésticos (4,8%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,0%).
 
A contribuição de maior peso para o setor foi de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior representatividade para o Indicador de Volume de
Vendas do Comércio Varejista.
 
LAURO DE FREITAS
A economia de Lauro de Freitas recuperou em 2016 a primeira posição do estado no quesito emprego e renda – uma medida estatística do poder de compra dos moradores da cidade – depois de quatro anos na vice-liderança. A cidade já havia sido líder na Bahia entre 2009 e 2011. A ascensão ao primeiro lugar representa uma evolução positiva do índice local, e não apenas uma piora dos indicadores dos outros municípios.
 
Mesmo assim, o melhor ainda está por vir. Projeções da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) indicam crescimento contínuo do indicador no país a partir de 2017 – e o índice de Lauro de Freitas tem acompanhado as oscilações da média nacional desde 2005.
 
Ao que tudo indica, a economia local está bem posicionada para aproveitar o ciclo econômico positivo iniciado em 2017, apesar do solavanco dos primeiros meses de 2019. O que surpreende mais é a evolução do município no ranking nacional, passando do 368º lugar em 2015 para o 42º em 2016.
 
Os dados são do Indice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2018, uma referência no acompanhamento do desenvolvimento socioeconômico brasileiro que mede o desempenho dos municípios em três áreas: Emprego e Renda, Educação e Saúde. O índice utiliza exclusivamente estatísticas públicas oficiais. Para calcular o índice municipal de Emprego e Renda, a Firjan leva em conta dados de geração de emprego formal, taxa de formalização do mercado de trabalho, geração de renda, massa salarial real no mercado de trabalho formal – e o índice de Gini de desigualdade de renda no trabalho formal.
 
Apesar de ter recuperado a liderança em emprego e renda, Lauro de Freitas continua em segundo lugar no ranking geral, atrás de Luiz Eduardo Magalhães, no Oeste baiano – que tem desempenho melhor em Educação e Saúde. No ranking nacional dos três indicadores, Lauro de Freitas está em 761º lugar. No aspecto positivo, Lauro de Freitas avançou 7,2% no índice geral.
 
Na Educação, a Firjan computa dados oficiais sobre atendimento à educação infantil, abandono no ensino fundamental, distorção idade-série no ensino fundamental, docentes com ensino superior no ensino fundamental, média de horas-aula diárias no ensino fundamental e o resultado do ensino fundamental no IDEB.
 
Já a Saúde inclui indicadores de proporção de atendimento adequado de pré-natal, óbitos por causas mal definidas, óbitos infantis por causas evitáveis e internação sensível à atenção básica (ISAB). A edição 2016 do IFDM traz comparações com outros anos da série histórica, iniciada em 2005, mostrando o impacto da crise econômica sobre o desenvolvimento dos municípios brasileiros, com projeções sobre a evolução do desenvolvimento após a deterioração do cenário econômico observada a partir de 2013.
 
De modo geral, o IFDM Emprego e Renda apresentou pequena recuperação frente a 2015 em todos os municípios, mas manteve-se em nível historicamente baixo. O relatório da Firjan calcula que “a crise foi tão severa que mesmo que o IFDM Emprego & Renda cresça nos próximos anos, com variação média de 1,5% – taxa média da vertente entre 2009 e 2012 – o país alcançará o nível de 2013 apenas em 2027”. Para a Firjan, “a crise custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos municípios brasileiros”. Como o índice pode ser comparado ao longo dos anos, é possível determinar se a evolução decorre de políticas específicas ou se é reflexo da queda dos demais municípios. “A ênfase da leitura não deve apenas se restringir a uma questão de posição no ranking”, alerta o relatório, “mas sim de se verificar se, de fato, houve progresso” em dado período.
 
EVOLUÇÃO POSITIVA
Por esse ponto de vista, Lauro de Freitas apresenta evolução constante e positiva em dois indicadores desde 2005, quando o índice foi criado. Na Educação, o município decolou de um índice de 0,4141 há 13 anos para 0,7336 em 2016. Na Saúde, a cidade saiu de 0,7272 para 0,8253 na última medição. A leitura dos resultados é simples: o índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento local.
 
Já o índice de Emprego e Renda, embora tenha recuperado a liderança na Bahia, vinha caindo desde 2009. O pior ano foi 2015, que apresentou um retrocesso relevante em relação ao ano anterior: uma queda no índice de 0,8154 para 0,6332. A recuperação de 2016, apesar de importante, ainda é o segundo pior desempenho de Lauro de Freitas desde 2005 – que foi o melhor ano de toda a série.
 
Olhando para o futuro, o relatório da Firjan sublinha que o país “foi fortemente impactado pela crise econômica, com reflexos imediatos sobre o mercado de trabalho e a renda dos brasileiros” e que “o desenvolvimento dos municípios brasileiros regrediu três anos no tempo”, mas a recuperação já começou.
 
“A principal questão posta nesse momento é a velocidade com que os municípios vão recuperar a condição que possuíam antes da crise”, continua a Firjan. “Essa resposta dependerá, sobretudo, das políticas macroeconômicas a serem implementadas, que influenciam diretamente na recuperação da confiança dos empresários e empregados e, consequentemente, na geração de emprego e renda”.
 
A entidade empresarial defende que “o equilíbrio fiscal é importante não só para o reestabelecimento do equilíbrio macroeconômico, como também para a manutenção dos recursos que são direcionados para as políticas públicas municipais” – e condiciona a recuperação do desenvolvimento dos municípios à aprovação “das reformas previdenciária e tributária”.
 

 

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