CULTURA DE PAZ: Como fazer frente à onda de violência?

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cultura de paz funciona para combater violencia nas escolas
Foto: STOCK IMAGEM / DEPOSITPHOTOS

As forças de trabalho, em todo país, giram agora em torno de tentar entender todos os ‘por quês’ que envolvem a questão da violência nas escolas, para apresentar soluções e restabelecer a segurança. Nesse contexto, um conceito antigo tem ganhado força: a promoção da Cultura de Paz.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o conceito abrange um conjunto de valores, atitudes, modos de comportamento e de vida que rejeitam a violência, e que apostam no diálogo e na negociação para prevenir e solucionar conflitos, agindo sobre suas causas.

Trazer o debate da Cultura de Paz para dentro das escolas é uma oportunidade de fortalecer o debate e a empatia entre os múltiplos atores. Segundo Zeila Fonseca, diretora do Colégio Perfil, de Lauro de Freitas, o primeiro passo para a cultura de paz é a construção de um olhar humanizado, o que vai além das solicitações legais instituídas pela Base Nacional Comum Curricular.

“A pandemia nos trouxe novos desafios, ansiedade generalizada e quebra da socialização, tão necessária para o desenvolvimento de crianças e jovens. Percebemos, também, uma insegurança muito grande dos pais em relação aos filhos. Para isso construímos estratégias fundamentais, com o fortalecimento do Núcleo Socioemocional através de psicopedagogas focadas no atendimento personalizado. Para além disso, inserimos os jovens numa egrégora de paz, debatendo a Cultura de Paz dentro da instituição”, frisa.

O tema também está sendo abordado pelo Sindicato das Escolas Particulares da Bahia, que em 20 de abril, organizou um movimento pela paz nas escolas do estado, convocando alunos, professores e demais profissionais a vestirem branco. Apesar de simbólico, o ato reforçou a importância de se promover uma educação segura e acolhedora para todos os estudantes, incentivando a sensibilização para um olhar atento e sensível ao outro.

Força-tarefa municipal

Em Lauro de Freitas, após boatos sobre ataques em escolas da cidade, a Prefeitura reuniu, em 10 de abril, representantes das companhias independentes da Polícia Militar, a Polícia Civil, além do policiamento da Região Metropolitana, para discutir a implantação de uma força-tarefa de segurança nas escolas públicas e privadas do município.

Na cidade, boatos com notícias falsas alertavam sobre atentados às escolas estaduais Bartolomeu de Gusmão e Américo Simas. Após a disseminação dos boatos, a Secretaria Municipal de Educação solicitou apoio à Guarda Municipal e à Polícia Militar para averiguar a situação e aumentar a segurança nos estabelecimentos. A medida conta ainda com a disponibilização do efetivo da ronda escolar em um plano de ação preventiva.

As aulas seguem normalmente, também naquelas escolas, mas a recomendação é que os professores só liberem os alunos com a presença ou autorização dos pais.

Durante a reunião a Prefeitura informou que a força-tarefa em discussão está dentro da “Campanha da Cultura da Paz e Não à Violência” e visa medidas preventivas e investigativas, tanto no sentido de coibir fake news, como no combate às impunidades relacionadas a todas as formas de violências.

Ainda diante dos boatos de ataques, o major Márcio Pitangueira (52ª CIPM) declarou que “foram iniciadas algumas prioridades imediatas, além de outras ações que vão ocorrer ao longo do tempo, para melhorar essa sensação de segurança no ambiente escolar”. Dentre as ações, está a intensificação de rondas policiais nas escolas do município, do estado e da rede privada, com objetivo de manter as aulas e oferecer maior sensação de segurança para os alunos, gestores, professores e pais.

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