A outrora bela orla de Vilas do Atlântico virou uma imensa favela, principalmente nos finais de semana. O trecho que se extende entre o Apart Hotel Vilas Village até a divisa com Ipitanga, a tempos é o paraíso dos ambulantes clandestinos, que não satisfeitos em colocar barracas, sombrinhas, cadeiras, fogareiros, comidas e bebidas em equipamentos totalmente maltrapilhos e sem higiene na praia, agora estão ocupando a área verde entre o calçadão e a praia.
Alguns já passaram dessa área verde e estão espalhando mesas e cadeiras, servindo bebidas alcoólicas, com som nas alturas, nas ilhas que ficam no calçadão, como acontece, por exemplo, na Rua Praia do Flamengo.
Residências que tem cercas vivas, plantadas e cuidadas pelos seus moradores na parte externa ao longo de mais de 30 anos, agora servem de mictório e sanitário a céu aberto, para banhistas e ambulantes. Moradores não conseguem mais sair de suas casas nos finais de semana, para um simples e agradável passeio no calçadão. Esse prazer lhes foi surrupiado pelos ambulantes. Quando reclamam dos abusos, são ameaçados agressivamente.
Nas segundas-feira o lixo se espalha por toda a praia. Os fiscais da prefeitura passeiam todos os finais de semana pelo local, olham e nada fazem. Podiam registrar em imagens as ocorrências para posterior ação. Mas nada é feito. Talvez até se sintam ameaçados também. Afinal, aqui prevalece o mais forte, o que grita mais alto. Moradores do anterior aprazível e valorizado local, onde escolheram morar, pagando altos impostos, assistem incrédulos sua chocante e constrangedora deteriorização. A situação piora a cada verão.
Alguma providência precisa ser tomada urgentemente. Entidades como SALVA e AMOVA, respaldadas pela comunidade, sociedade civil organizada, setores comercial e empresarial, podem encampar e organizar uma campanha coletiva, nos moldes da que está sendo realizada sobre a questão da poluição sonora, para combater a poluição e favelização da orla de Vilas do Atlântico, organizando, normatizando e fiscalizando as atividades, devolvendo aos moradores e visitantes o prazer de desfrutar de um dos lugares mais bonitos da Bahia.
Até quando Vilas do Atlântico suportará tanto descaso?