Dos lindos posts no Instagram e Pinterest para dentro das casas e dos apartamentos. O movimento conhecido como ‘urban jungle’, nasceu como um estilo de decoração, mas hoje já é entendido como um estilo de vida, que a cada dia ganha novos e empolgados adeptos. E muitos mais do que gerar uma estética natural, ocupando os espaços com muitas plantas, esse movimento gera oportunidades de negócios.
Seguindo uma tradução bem literal, a proposta do ‘urban jungle’ é tentar reproduzir o ambiente de floresta em pequenos espaços, que pode ser um apartamento, casa e até empresas. As primeiras pistas dessa tendência podem ser encontradas nas revistas e blogs de decoração de 2013. Mas foi em 2016, com o lançamento do livro Urban Jungle, de autoria de Judith de Graaff e Igor Josifovic, que essa paixão caiu nas graças da geração Millenium (nascidos entre 1980 e 1994), ganhando milhares de perfis nas redes sociais, inclusive no Youtube, dedicados exclusivamente ao tema.
Mas não basta ter muitas plantas e sair espalhando pelos quatro cantos da casa. A ideia é fazer composições onde móveis, prateleiras, quadros e demais itens de decoração, ocupem o mesmo espaço de forma orgânica. As plantas são dispostas de maneira organizada, seja em suportes no chão ou penduradas, levando-se em consideração fatores como estilo da planta, tamanho das folhas, luminosidade, com objetivo de recriar o ambiente de selva.
Vale ressaltar também que por mais lindas que sejam, antes de sair comprando ou pedindo, plantas por aí, é importante analisar o seu tempo. Plantas são seres vivos que precisam de cuidados, e no estilo de vida proposto no ‘urban jungle’, a rotina é alterada para se adequar aos cuidados que as plantas precisam.
Cuidador transformou residência em hotel e UTI de plantas

Empolgados pelo movimento ‘urban jungle’ e buscando alternativas para enfrentar o período mais restritivo da pandemia, muitas pessoas começaram a se dedicar às plantas nos últimos dois anos. Só que, passada essa fase, o que era beleza já começa a se tornar dor de cabeça para alguns. Com o retorno das atividades presenciais e pouco tempo dentro de casa, muitas pessoas tem visto suas belas plantas morrerem.
“São plantas com folhas amarelas e praticamente mortas, muitas vezes por falta de adubação adequada, outras vezes por falta da exposição necessária ao sol, ou até por falta ou excesso de água”, conta Thiago Gazineo, que a cerca de três meses transformou a sua casa, em Lauro de Freitas, em hotel e UTI de plantas.
O serviço começou quase que por acaso. “Meus amigos perceberam minha afinidade e cuidados com as minhas plantas em casa e começaram a pedir dicas de procedimento. Em um determinado momento, de forma muita orgânica, começaram a trazer as plantas para que ficassem sob meus cuidados, tanto com o objetivo de recuperação delas, algumas quase mortas, como também por motivo de viagem ou férias”, conta.
As rosas do deserto são as principais ‘pacientes’ de Thiago. As queixas estão relacionadas às folhas amareladas, caudex pouco desenvolvido e demora na floração.

“Muitas pessoas me contam que amam plantas, mas não sabem cuidar, ou matam, molhando demais ou de menos. A rosa do deserto, assim como os cactos, as pessoas criaram um mito de que elas não precisam de água, o que não é verdade. Sem as regas adequadas a planta não floresce”.
Para quem busca o serviço de UTI, Thiago explica que durante o período de tratamento as plantas recebem poda, adubação, troca do substrato e terra vegetal, se necessário, além das regas regulares, tudo registrado e compartilhado com o dono da planta. O tempo de permanência depende da recuperação da planta. Para quem busca o serviço do hotel, os cuidados são similares, mas com menor tempo de permanência no espaço, apenas enquanto durar a ausência do dono da planta. “Sempre gostei de rosas do deserto e plantas mais rústicas, frutíferas, como as que as pessoas tinham antigamente em quintais. Entendo que, para cuidar de plantas, você não precisa exatamente ser um grande especialista no assunto, mas precisa sentir aquela vida, entender que ela precisa de água na medida certa, nutrientes e muito carinho. Ter o feeling de sentir se aquela planta está feliz”, concluiu Thiago.
Mais informações: @plantaminhaplanta
