Algumas pessoas gostam de praticar o altruísmo, quer seja para outros que estão ao seu redor, ou em volta do mundo, objetivando, tão somente, seus interesses pessoais exagerados. Nota-se um exclusivismo desnorteado, pois essas pessoas colocam-se no centro do universo e acham que os humanos foram criados para elas, acreditando ser as mais importantes dos seres.
Essa situação, que prioriza a si mesmo, é denominada de egoísmo.
Esse sentimento surge de duas maneiras diferentes: desprezo do trabalho e seu potencial e querer mostrar ser mais conhecedoras que as outras, sobre um determinado assunto. Essas posições demonstram o egocentrismo, ou seja, o embalo do seu ‘ego’. Sem dúvidas, é uma característica negativa da personalidade humana. Pode até ser um hábito adquirido.
A criança, naturalmente, tem sua passagem egocêntrica, pois naquele momento não conhece essa expressão, tão indigna, nem o orgulho e a presunção. Apenas, nesse instante, surge a razão de absorver tudo e todos. Cabe aos seus pais, se tiverem condição, educá-la.
Mas, o egoísmo ocorre, também, por uma pessoa ter inveja de outra e aquilo que ela faz lhe traz uma motivação interesseira. Nesse caso, o avanço dos outros lhe corrói a alma. Os seres humanos egoístas se sentem mal quando o sucesso dos outros não lhe traz benefícios.
Talvez a própria sociedade seja culpada, na sua evolução e, consequentemente, os seres humanos, pois inicialmente, quando um dependia do outro, o altruísmo era mais praticado. No entanto, com o progresso das ideias, o humano foi se mostrando vaidoso pelo que fazia, e deixou de ajudar aos demais, por considerar um merecedor de tudo. Assim, entendia que o sucesso estava sempre ao seu lado e não lhe permitia mudar de intenção.
Para alguns, não ter esse sentimento indigesto, está diretamente ligado à libertação do corpo, porém, a maioria, não pratica o altruísmo por considerar seu custo elevado ou mostrar fraqueza. Parece-me que esse assunto vem à baila quando o ser humano não quer escutar os que não concordam com ele.
Pior é quando os egoístas criticam os honestos pelas costas e se acham os melhores. Identifica-se a falta de humildade, pois eles querem engrandecer suas conquistas, por menores que sejam. Quando seu projeto não dá certo, procuram uma saída de emergência. A maior parte dos políticos conserva esses valores.
Existe o egoísmo entre as pessoas de grupos sociais. É lamentável. Ou têm baixa consciência emocional, ou sentem medo de arriscar, demonstrando não assumirem suas ações e ficam, permanentemente, dependendo dos demais. Esses são os narcisistas ou egocentristas. Existe a dificuldade para compreender os outros.
De acordo com a religião, ao nascermos, assinamos um contrato com o Criador que será o termo orientador de nossa vida, porém, o Grande Deus nos faz esquecer. E nos apresenta o ‘livre arbítrio’, que significa a oportunidade de escolha. Existem apenas dois caminhos: o do ‘bem’ e o do ‘mal’, incluindo neste o egoísmo.
No entanto, existe o ‘contrato social, que é o pensamento da sociedade. O ser humano faz parte dessa sociedade, portanto, muitas vezes, sabe que está errado, ao praticar o egoísmo. Porém, os honestos e os cumpridores de seus deveres são tratados, pelos egoístas, como ‘cartas fora do baralho’. Não importa que esse maldito sentimento esteja prejudicando àqueles que o praticam.
Por essa razão é que tem multiplicado o egoísmo, a ambição desvairada, o ciúme e tantos outros males da alma.
“O egoísmo é a praga da sociedade”.
Jaime de Moura Ferreira é administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, ambientalista, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. jaimoufer@hotmail.com