O Ministério da Saúde divulgou em abril, uma realidade que vem assustando os brasileiros: subiu o número de casos confirmados da febre amarela no país, com mortes em quase 100 municípios.
Com índice de mortalidade variando entre 5% e 51% dos casos, segundo o Ministério da Saúde, a febre amarela deve ser combatida principalmente através da imunização da população e da erradicação do mosquito transmissor.
Para aumentar a conscientização sobre a doença, o infectologista Alberto Chebabo, integrante do corpo clínico do laboratório Lâmina, esclarece as dúvidas mais comuns sobre a doença.
O que é a febre amarela e de que forma é transmitida?
A febre amarela é uma doença causada por um flavivírus, que é transmitido aos humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti, nas áreas urbanas, e pelo Haemagogus e Sabethes, nas áreas florestais, ambas em países de clima tropical, como na América do Sul e Central e em alguns lugares da África.
A transmissão do vírus acontece quando uma pessoa que nunca foi infectada ou não tomou a vacina indicada para prevenção é picada por um mosquito hospedeiro do vírus.
Apesar de a doença ser transmitida por dois mosquitos diferentes, os sintomas, a prevenção e as formas de tratamento são iguais.
Mesmo considerada pelos especialistas como uma doença perigosa, que pode evoluir para uma forma mais grave em alguns casos, a maioria das pessoas infectadas apresenta pouco ou nenhum sintoma, e o quadro evolui para a cura em pouco tempo.
Quais são os sintomas de uma pessoa com febre amarela?
Essa doença pode ser confundida com várias patologias comuns em razão dos sintomas parecidos, como febre alta, dor de cabeça, cansaço, náuseas e vômitos e dores musculares, que podem durar até quatro dias. A maioria das pessoas apresenta apenas esse quadro e, quando ele termina, o paciente adquire imunidade contra o vírus da febre amarela caso venha a ser picado novamente. Mas, em alguns casos raros, a pessoa infectada pode sofrer insuficiência hepática e renal, cansaço intenso, quadros hemorrágicos e a chamada icterícia, quando a pele e os olhos ficam amarelos – daí o nome da doença.
A febre amarela é uma doença contagiosa?
Até o presente momento não foi relatado ou confirmado nenhum caso de transmissão direta do vírus da febre amarela entre pessoas. A única maneira de contaminação é pela picada do mosquito portador do vírus.
Como é feita a prevenção da febre amarela?
Para se prevenir contra a doença, a medida mais importante é tomar a vacina contra a febre amarela. Como ela é transmitida por mosquito, inclusive com a possibilidade de contágio, nas áreas urbanas, pelo Aedes aegypti, que também transmite a dengue, a zika e o chikungunya, vale adotar as mesmas formas de prevenção dessas doenças.
Nesse caso, a estratégia mais eficaz é evitar a disseminação do mosquito, retirando toda água parada de vasos de plantas, caixas-d’água, pneus e outros recipientes destampados, que são os locais perfeitos para a proliferação do Aedes aegypti. Além disso, para se proteger também do mosquito nas áreas silvestres, é necessário o uso de repelente e roupa que cubra a pele o máximo possível.
Qual é o tratamento adequado para uma pessoa infectada?
Não existe uma forma de tratamento específica para os sintomas comuns da febre amarela, já que a grande maioria das pessoas infectadas apresenta remissão total da doença de três a quatro dias depois dos primeiros sintomas.
Caso haja suspeita de que a doença evoluiu para seu estado mais grave, é imprescindível que o paciente procure um serviço de saúde para que o diagnóstico seja feito de forma eficaz e o tratamento possa ser iniciado o mais rápido possível.
Quem deve ser vacinado?
Nas áreas de recomendação de vacina, segundo o Ministério da Saúde, a vacinação por via subcutânea é indicada para todos os bebês a partir dos nove meses, que pode ser antecipada para os seis meses caso haja um surto da doença.
A segunda dose é aplicada aos quatro anos. Se a criança tiver mais de cinco anos e só tiver tomado uma dose, é indicado o reforço da vacina. Crianças maiores de cinco anos ou adultos que nunca foram vacinados devem tomar uma dose agora e a de reforço daqui a 10 anos.
É verdade que uma pessoa vacinada será imune ao vírus a longo prazo?
Quem já tomou as duas doses dentro dos períodos indicados para cada idade está imune ao vírus. Se a pessoa só tiver tomado uma dose da vacina há mais de 10 anos, pode não estar imune e deve receber a segunda dose.
A vacina pode trazer alguma reação ou efeito colateral?
A vacinação é contraindicada para crianças que ainda não completaram seis meses e para mães que estejam amamentando crianças menores de seis meses e que tenham sido vacinadas; nesse caso, é importante suspender o aleitamento materno durante um mês após a aplicação da vacina.
Gestantes também não devem tomar a vacina da febre amarela, mas, em caso de epidemia ou necessidade de viajar para áreas endêmicas, é importante consultar um especialista ou médico de confiança antes de tomar a dose.
Idosos com mais de 60 anos e que nunca foram vacinados também devem consultar o médico.
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