A água do rio Pojuca, que corta a Estrada do Coco em Camaçari, cerca de 40 Km a norte do rio Joanes, vai reforçar o abastecimento da Região Metropolitana de Salvador (RMS). A captação da água será feita mediante um barramento inicial – que o governo quer construir imediatamente. A barragem propriamente dita ficará pronta em dois anos.
O anúncio foi feito pelo governador Rui Costa (PT) durante visita, em abril, às obras de ampliação de um reservatório próximo à Ceasa que atende Lauro de Freitas. O governo não detalhou a localização do barramento ou da futura barragem.
Governador Rui Costa (centro) visita as obras de ampliação dos reservatórios: mais água para Lauro de Freitas
De acordo com o governador, o investimento na captação de água do rio Pojuca deve chegar a R$ 300 milhões, incluindo a barragem e a adutora. A tubulação de grande porte – com cerca de 1,5 m de diâmetro – transportará a água ao longo de mais de 100 Km, de acordo com Rui Costa. A adutora deve estar pronta dentro de um ano. Os recursos podem vir de empréstimos junto ao Banco do Nordeste.
O cenário da crise hídrica na RMS, de acordo com o governador, “não amenizou absolutamente nada”. Rui Costa detalhou que “não ganhamos, em nenhuma barragem da [região] metropolitana nem um centímetro de água”. Segundo ele, na melhor das hipóteses a situação parou de piorar depois das chuvas de abril.
As barragens do Ipitanga, do Joanes e de Dias d’Ávila, “estão num nível muito baixo e estavam caindo rapidamente”, disse o governador. “A situação é crítica”, sublinhou – ao pedir o uso racional da água, além da denúncia de eventuais usos irregulares de água, como em lava jatos clandestinos ou qualquer eventual desperdício.
A possibilidade de racionamento de água na RMS é real, de acordo com declarações do presidente da Embasa, Rogério Cedraz, caso não chova o suficiente em maio. Dias nublados, que diminuem a evaporação dos reservatórios, também podem ajudar.
Rui Costa acrescentou que o estado está perfurando 18 poços artesianos para reforçar o abastecimento. “Estamos também fazendo instalações de bombas com boias flutuantes, a exemplo do que foi feito no período de crise hídrica em São Paulo, para buscar água mais longe nos reservatórios que já estão com nível abaixo do esperado”, disse.
Já a ampliação do reservatório próximo à Ceasa que atenderá Lauro de Freitas e Fazenda Cassange, em Salvador, vem recebendo investimentos de R$ 71 milhões. De acordo com o governo, as obras estão 77% concluídas, devendo ficar prontas em dezembro.
Segundo o governador, a obra só foi realizada agora porque as margens do Ipitanga, naquela região, fazem parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga – apesar de estarem ocupadas. Ocorre agora que as populações estabelecidas, embora irregularmente, demandam serviços públicos.
Rui Costa assegurou que o estado vem tratando de “conter a expansão da ocupação nessas áreas de preservação ambiental” com iniciativas de fiscalização “junto com a prefeitura de Lauro de Freitas”. Já para as ocupações que estão consolidadas “estamos agora materializando o serviço público”.
A intervenção vai aumentar a capacidade de atendimento para a região, com dois reservatórios com capacidade para 8.700 metros cúbicos cada um e outro, elevado, para 500 metros cúbicos. O Parque de Reservação do Caji, que já está em funcionamento, também está sendo ampliado, com a implantação de mais um reservatório com capacidade para 8.700 metros cúbicos.
A área a ser atendida inclui Jardim Aeroporto, Caji, Itinga, Jardim Castelão, Caixa d’Água, Jardim dos Pássaros, Jardim das Margaridas, Quingoma, Araqui, Buraquinho, Ipitanga, Jockey Clube, Miragem, Pitangueiras, Portão, Vila Praiana, Vilas do Atlântico, Jambeiro, Areia Branca, Capelão e Ciamar – além da Fazenda Cassange, em Salvador.
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