De acordo com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a Bahia vive a pior seca dos últimos 50 anos, reduzindo o nível dos mananciais utilizados para o abastecimento humano em diversas áreas, incluindo a Região Metropolitana de Salvador (RMS).
O Joanes depois da barragem do Jambeiro: calha seca
Só em Lauro de Freitas o período dos últimos doze meses registrou chuvas 34% abaixo da média. Dados do Inema registram que, no mesmo período, na bacia hidrográfica do Recôncavo Norte o volume de chuva ficou entre 40% e 60% abaixo da média.
O período chuvoso mais significativo para o leste da Bahia, que inclui as bacias hidrográficas do Joanes e do Paraguaçu, está previsto para iniciar somente este mês. A barragem de Joanes 1, em Lauro de Freitas, está com 80,51% de sua capacidade total (57,9% do volume útil), mas 60% do abastecimento da RMS vem da barragem de Pedra do Cavalo, que recebe água da bacia do rio Paraguaçu e está com 63,89% da sua capacidade total de acumulação.
Em decorrência da falta de chuvas na região, os rios não estão conseguindo repor a água dos reservatórios, que estão com volume baixo justamente quando o consumo aumenta. Por ser uma “situação climática atípica”, a Embasa está alertando a população para que adote hábitos racionais de consumo de água, utilizando apenas o necessário e evitando desperdício.
A Embasa também iniciou no mês passado a instalação de um sistema de bombeamento “para garantir a segurança hídrica em Salvador e Região Metropolitana”. Trata-se da reversão do lago de Santa Helena, entre as cidades de Dias D’Ávila e Mata de São João, para o rio Jacumirim, que abastece a barragem de Joanes 2, um dos principais mananciais que abastecem a região. De acordo com a Embasa, foram investidos R$ 2,5 milhões na aquisição dos equipamentos que possibilitarão o acréscimo de quatro mil litros por segundo ao volume de água do rio.
A ampliação do sistema de transposição das águas de Santa Helena para a barragem de Joanes 2 tem previsão de elevar a produção de água em volume equivalente a 50% da atual demanda do sistema. Em suas quatro fases, o empreendimento prevê investimento total estimado de R$ 890 milhões, com projeto em elaboração para posterior captação de recursos.
A empresa verifica que a barragem de Joanes 2, que faz parte do sistema integrado de abastecimento de água da RMS, já está com nível abaixo do esperado para essa época do ano, em consequência da estiagem prolongada.
“Estamos investindo para garantir a segurança hídrica da RMS, mas diante do baixo índice pluviométrico dos últimos quatro anos, agravado nos últimos meses, é importante que a população economize água, preservando o recurso disponível”, alertou o presidente da Embasa, Rogério Cedraz.
Além da barragem de Pedra do Cavalo e Joanes 1, a RMS é abastecida pela Joanes 2, que está com 44,22% da capacidade, Ipitanga 1 (46,35%) e Ipitanga 2 (29,62%). Salvador conta ainda com a barragem de Santa Helena que, no ponto de captação atual, situado no rio Jacumirim, encontra-se com 62,16% da sua capacidade total. Esse reservatório reverte água para Joanes 2.
Quando considerado o volume útil, calculado entre o nível máximo e o nível de captação da água, Pedra do Cavalo apresentava cerca de 25%, Joanes 1 quase 58%, Joanes 2 19%, Ipitanga 1 pouco mais de 26%, Ipitanga 2 mais de 29 e Santa Helena quase 16%.
Bombeamento no lago de Santa Helena procura garantir abastecimento de água