
Os estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC), unidade da rede estadual de ensino localizada em Lauro de Freitas, realizaram mais uma feira de tecnologia para apresentar projetos que aplicam a teoria aprendida em sala de aula. A inovação foi uma das atrações desta 1ª Feira de Artes, Ciências, Engenharia e Matemática do CEEPTIC, que aconteceu no dia 1º de novembro.

FOTO: Alerta contra o assédio sexual e violência de gênero entre adolescentes. Rafael di Natale (18), Caroline Correia (16), Amanda Silva (17) e Stephany Campos (18) (a partir da esq.)
REDUTOR DE DECEPÇÕES
O “mapeador virtual” é uma das criações dos estudantes que esteve em exposição. Ligado a uma câmera que gira 360º, um carrinho de controle remoto percorre a escola para fazer fotografias e disponibilizar na Internet. O projeto teve a coordenação da professora de Química Carla Ollandezos, 38 anos.
O objetivo pedagógico era compreender os conceitos de geomapeamento e de programação de arduínos – basicamente uma placa de prototipagem eletrônica de código aberto. Mas a aplicação, para os alunos, tem outra finalidade: mostrar as dependências da escola à distância, reduzindo as “decepções” de quem vai ao CEEPTIC com “muitas expectativas” – sendo uma delas a de que a escola “tem máquinas suficientes para a quantidade de alunos”.
A conclusão inscrita no pôster do projeto aproveita para fazer uma crítica por vias transversas: “devemos lembrar que apesar de tudo ainda é uma escola pública que depende do estado”. Graças ao projeto que distribui as imagens, “essas decepções estão diminuindo cada vez mais com relação àinfraestrutura da escola”, escreveram.

Recado à sociedade os adolescentes preferiram aproveitar no pôster do projeto: adolescentes antenados à realidade
ASSÉDIO SEXUAL E VIOLÊNCIA
Numa outra turma, orientada pela professora de matemática Katia Coura, 44 anos, que dá aulas de projeto, os adolescentes preferiram aproveitar a feira para emitir um alerta sobre o assédio sexual e a violência contra a mulher. “Tem havido situações complicadas [envolvendo assédio a meninas da escola] aqui nas vizinhanças”, contou um dos alunos. Nos dias anteriores à feira, uma das meninas teria passado por dificuldades na rua da escola.
A turma preparou painéis de fotos com situações de assédio e violência contra mulheres, um vídeo com o depoimento de uma vítima e apresentou-se cantando um rap (de muita qualidade) destinado a promover a consciência da comunidade escolar. A performance emocionou muita gente na sala. Ao final, um dos técnicos da secretaria de Educação aplaudiu a iniciativa: “aqui é o espaço para vocês falarem, falem bem alto!”, disse.