Questões como os vetores de expansão de Salvador e sua confluência com Lauro de Freitas, consideradas estruturantes, passaram a fazer parte das preocupações do governo do Estado, que produziu o documento “A cidade e Plano Diretor: Contribuições ao processo do PDDU de Salvador”. O objetivo da secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia é “pensar a cidade de forma integrada e planejada”, contribuindo para a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador.
Lauro de Freitas cresceu cerca de 44% entre 2000 e 2010, e Salvador 9,5% no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo projeções demográficas divulgadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da secretaria do Planejamento da Bahia, Lauro de Freitas terá mais de 254 mil habitantes, novos 63 mil moradores, daqui a 15 anos – num crescimento de 33%. Já a capital baiana apresentará uma taxa média de crescimento geométrica de aproximadamente 0,52%
A respeito do novo sistema viário – que permitirá uma ocupação maior do vetor norte, no entorno da Paralela – o governo anota que a minuta da prefeitura de Salvador para a revisão do PDDU não propõe “diretrizes para o uso e ocupação do solo, o que favorece a especulação imobiliária”.
O governo não divulgou preocupações nesse sentido, mas o adensamento urbano de Salvador na conurbação com Lauro de Freitas tem impactos diretos na estrutura local, do trânsito à segurança pública, passando pelos serviços públicos, em especial de saúde.
O explosivo crescimento populacional de Lauro de Freitas – cerca de 44% entre 2000 e 2010 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – contrasta com os 9,5% de Salvador no mesmo período e é apontado como origem dos mais graves problemas locais, com destaque para os índices de violência. A capital cresce transferindo população e problemas para as cidades vizinhas, em especial Lauro de Freitas, sem que estas sejam levadas em conta no planejamento urbano e socioeconômico, nem mesmo enquanto parte da região metropolitana.
O documento apresentado à prefeitura de Salvador foi produzido depois de reuniões com representantes de movimentos sociais, entidades sindicais, acadêmicos, pesquisadores e conselhos profissionais.
“Salvador é uma das principais capitais do País e precisa de um PDDU condizente com a sua importância econômica e que reflita as reais demandas da população”, afirma o secretário Carlos Martins, que também preside o Conselho Estadual das Cidades (ConCidades) – e de onde teria partido a iniciativa.
O secretário Carlos Martins, que também preside o Conselho Estadual das Cidades (ConCidades) – e de onde teria partido a iniciativa, está preocupado com Salvador
O Grupo de Trabalho “Planeja Salvador” foi então criado para discutir temas como mobilidade, saneamento e meio ambiente, integração, Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), Centro Antigo – e centralidade metropolitana. A escolha dos temas partiu da constatação de que haveria uma “fragilidade da Minuta do PDDU na sua abordagem e da consequente necessidade de um maior aprofundamento”, de acordo com comunicado.
Na opinião do “Planeja Salvador”, sob o ponto de vista ambiental, a minuta não trata devidamente da proteção dos mananciais, manguezais e áreas de preservação dos remanescentes de Mata Atlântica – outro tema que afeta o vetor norte da capital.
Se o presente já não é promissor, o futuro é menos ainda. De acordo com projeções demográficas divulgadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da secretaria do Planejamento da Bahia, Lauro de Freitas terá mais de 254 mil habitantes, novos 63 mil moradores, daqui a 15 anos – num crescimento de 33%. Já a capital baiana apresentará uma taxa média de crescimento geométrica de aproximadamente 0,52%.