CONTANDO A HISTÓRIA. O historiador Diego Copque e o professor e historiador Jair Cardoso, da Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras, de Candeias, se debruçaram em pesquisas, mostrando que no passado haviam dois circuitos de passagem do fogo simbólico, em comemoração ao 2 de Julho. As pesquisas evidenciam que alguns anos após a criação do circuito, que sai de Cachoeira com destino à Salvador, fora criado outro, partindo do Litoral Norte, que entre outras localidades, passava por São Sebastião do Passé, Simões Filho (Água Comprida) e Lauro de Freitas, com destino a capital.
SANTO AMARO DE IPITANGA NA GUERRA. Diego Copque acrescenta que no início do processo das lutas pela independência, o contingente formado pela tropa baiana, ao sair do Forte de São Pedro, na Cidade do Salvador, depois de passar por Itapuã, se dirigiu ao Engenho Japara, na freguesia de Santo Amaro de Ipitanga, onde foi recepcionado e alimentado pelo proprietário do engenho, herdeiro do capitão português Manuel Rodrigues Barreto. Itapuã estava inserida na jurisdição militar da Casa da Torre de Garcia D’ Ávila e fazia parte da freguesia de Santo Amaro de Ipitanga. Ilustres combatentes que viviam em Ipitanga participaram do conflito, a exemplo de Luiz Antônio Pereira Franco e Anastácio Francisco de Menezes Dórea, que foram agraciados pelo imperador com o titulo de Cavaleiros da Ordem de Cristo e João Ladislau de Figueiredo e Melo, um latifundiário da região e senhor de um engenho denominado Caji, em Santo Amaro de Ipitanga. No seu engenho de cana de açúcar funcionou uma espécie de hospital de campanha durante o conflito.
PRIMEIRA CARROÇA ALEGÓRICA. João Ladislau de Figueredo e Melo atuou de forma ativa e bastante significativa nas lutas pela Independência e no término da guerra foi agraciado pelo imperador d. Pedro 1º com o título de Cavaleiro da Ordem de São Bento de Avis e major agregado do 3º Batalhão de 2ª Linha. João Ladislau era avô de José Alvares do Amaral, filho de sua filha Anna Figueiredo e Mello Amaral e de Antônio Joaquim Alvares do Amaral, que, junto com Joaquim José Pinheiro, arrecadou a soma de quatro contos de réis para a compra de mantimentos para a tropa baiana no ponto alto da guerra.
José Álvares do Amaral nasceu em 17 de outubro de 1822 no Engenho Caji e, além de neto materno do veterano de guerra, João Ladislau, era sobrinho, pelo lado paterno, do tabelião de notas Francisco Ribeiro Neves, que junto com Francisco José Corte Imperial e o cônego Manoel Joaquim de Almeida, mandaram construir o primeiro carro alegórico em homenagem ao 2 de Julho, dando inicio às primeiras comemorações logo depois da guerra.
Informações extraídas do blog do jornalista Márcio Wesley.