A independência do Brasil e a unidade nacional foram conquistadas na Bahia em 2 de julho de 1823

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Em 7 de setembro de 2022 o Brasil comemorou o bicentenário da proclamação de sua independência e, em 2 de julho de 2023, comemora o bicentenário da conquista de sua independência e da unidade nacional, que foram realizadas pelo heróico povo baiano, com a luta revolucionária que empreendeu, da qual resultou a expulsão definitiva das tropas portuguesas da Bahia e do Brasil, em 2 de julho de 1823.

A proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, diferiu da experiência dos demais países das Américas, porque não apresentou as características de um típico processo revolucionário nacional-libertador, que só se manifestou efetivamente em 2 de julho de 1823, quando as tropas portuguesas foram expulsas da Bahia e do Brasil, graças à luta revolucionária do povo baiano.

A luta heróica do povo baiano em 1823 foi motivada pelos ideais do liberalismo e das grandes revoluções de fins do século 18. Apesar da luta heróica do povo baiano em 1823, a independência do Brasil de Portugal foi uma “independência sem revolução econômica e social”, porque não houve mudanças na base econômica do País.

O Estado que nasce da independência do Brasil manteve o execrável latifúndio que perdura até hoje e intensificou a não menos execrável escravidão que durou mais de 300 anos, fazendo desta, o suporte da restauração que realiza quanto às estruturas econômicas herdadas do período colonial.

Apesar de não ter havido avanços econômicos e sociais, o heroísmo do povo baiano deveria servir de inspiração para todos os patriotas brasileiros que buscam a conquista da libertação do Brasil dos entraves atuais ao progresso político, econômico e social do País, e o 2 de julho de 1823 deveria ser celebrado nacionalmente e não apenas na Bahia, como vem acontecendo até o presente momento, porque a independência do Brasil só foi conquistada, e a unidade nacional assegurada, graças ao heroísmo do povo baiano.

Fernando Alcoforado é engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia.

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