O sinal analógico de televisão será desligado em Lauro de Freitas, Salvador e outros 18 municípios baianos em 26 de julho do ano que vem. A data foi definida pelo Ministério das Comunicações. Ao todo, 349 municípios de todo o país, principalmente nas regiões metropolitanas, passarão a contar apenas com o sinal digital de televisão em 2017.
A ideia inicial era desligar o sinal analógico no país todo até o fim de 2018, mas a mudança por enquanto ficou restrita aos maiores aglomerados urbanos. Um dos problemas apontados para a conclusão do processo é a necessidade de adquirir uma antena digital e um conversor de sinal ou um novo aparelho de TV.
Para haver desligamento do sinal analógico, o ministério das Comunicações havia determinado um percentual de referência de 90% dos domicílios com acesso à nova tecnologia. Por isso, o governo anterior buscava, junto ao setor industrial e lojista, um acordo para desonerar o custo de aparelhos de TV de até 32 polegadas com sinal digital para acelerar a implantação completa do sinal até o fim de 2018. A expectativa era obter um preço máximo de R$ 500 para o aparelho que hoje custa cerca de R$ 800, por meio de descontos em impostos para a venda dos aparelhos nos meses anteriores ao desligamento.
Imagem de alta definição da TV digital será a única opção a partir de julho de 2017
O governo também estudava a distribuição de conversores para as populações de baixa renda cadastradas em programas sociais ou um cupom de desconto de aproximadamente R$ 200. As pessoas poderiam ter a opção de adquirir uma televisão nova em vez de receber ou comprar um conversor para fazer a adaptação do sinal digital na TV analógica, de tubo.
Dos domicílios com aparelhos de TV do país, cerca de 15 milhões (23%), tinham em 2014 apenas TV analógica aberta. Os dados são do Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mesmo estudo mostra que, no Nordeste, quase 28% das residências não possuíam TV digital aberta, TV por assinatura, nem internet. No Sudeste, esse percentual era de quase 22%. Em 2013, 28,5% dos domicílios brasileiros não tinham nenhuma dessas modalidades.
A primeira cidade brasileira a ter o sinal analógico desligado foi Rio Verde, em Goiás, em março deste ano, quando apenas 85% dos domicílios já contavam com a nova tecnologia. Naquele munícipio, as famílias de baixa renda – cerca de 25 mil pessoas – receberam gratuitamente do governo antena e conversor de sinal. No mercado brasileiro, o conversor custa entre R$ 150 e R$ 200 e a antena cerca de R$ 50, mas os preços variam bastante.
O governo anterior estava negociando com empresas que produzem materiais e insumos para a fabricação dos conversores fornecidos gratuitamente à população de baixa renda, na busca da redução do preço do aparelho. Para baixar o custo inicial de US$ 22 (R$ 77 ao câmbio do final de maio) e manter a interatividade foram retirados componentes como entrada de internet e HDMI, que permite a transmissão em alta definição. Com isso, o custo já teria sido reduzido para US$ 16,5 (cerca de R$ 58).
O próximo desligamento está programado para 26 de outubro, em Brasília e no entorno do Distrito Federal. Em Brasília, segundo o IBGE, apenas 60% dos domicílios possuíam TV digital aberta em 2014. O sinal analógico será desligado depois em São Paulo em março do ano que vem.