O Ministério da Saúde estuda ampliar a vacinação contra febre amarela para todo o país ainda neste ano devido à circulação do vírus em novas áreas. Durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em fevereiro, o ministro da Saúde Ricardo Barros apresentou a proposta que deve ser definida com os estados. A sugestão será também discutida com organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Ao apresentar a proposta, Barros defendeu que estratégia de vacinar toda a população deve ser feita de forma gradual, de acordo com as possibilidades dos estados. “Se decidido, haverá uma programação de vacinação para cada estado”, esclareceu.
A ideia é incluir todos os estados do país como Área Com Recomendação de Vacinação (ACRV). Atualmente, parte do Nordeste, Sul e Sudeste do país não fazem parte das áreas de recomendação de vacina, por não apresentarem circulação do vírus. Nestes locais devem ser vacinados, aproximadamente, 34 milhões de pessoas, sendo 11 milhões nos estados da região Sul e Sudeste, além de 23 milhões no Nordeste.
Atualmente, a estratégia de vacinação contra a febre amarela faz parte da rotina de 21 estados brasileiros e também é recomendada para pessoas de outras regiões que vão se deslocar para áreas silvestres e rurais nessas localidades. O Ministério, ao longo de décadas, vem ampliando as áreas de vacinação, conforme a necessidade apontada pelo monitoramento constante da circulação do vírus.
O ministro aguarda a entrada em funcionamento de uma nova fábrica, em São Paulo, para aumento da produção da vacina no país, “que poderá produzir mais quatro milhões de vacinas por mês”, levando à capacidade de imunizar toda a população. “Com isso, todo o Brasil se tornaria área de vacinação permanente”, concluiu.
Para atender exclusivamente à demanda da campanha de vacinação em doses fracionadas, o ministério distribuiu 19,4 milhões de doses da vacina contra febre amarela aos estados de São Paulo (10 milhões), Rio de Janeiro (4,7 milhões) e Bahia (300 mil).