Turismo classifica estrutura para atribuição de verba

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Lauro de Freitas subiu uma posição – de C para B – no ranking do Ministério do Turismo que classifica os municípios de acordo com a infraestrutura e empregos no setor de hotelaria e o fluxo de turistas. A promoção, que iguala Lauro de Freitas a, por exemplo, Camaçari, Lençóis e Santa Cruz Cabrália, não reflete o potencial turístico, mas o investimento no setor de turismo.
FOTO: O Poço Verde, em Ourolândia, extremo norte da Chapada Diamantina: município não tem acesso a verbas que poderiam gerar a infraestrutura ausente
 
Para o Ministério do Turismo, a metodologia permite “otimizar a distribuição de recursos públicos”, além de “orientar a elaboração de políticas específicas para cada categoria de municípios” – no pressuposto de que o turismo de Camaçari e o de Lauro de Freitas apresentem algo em comum a partir de dados econômicos.
 
Com a participação no ranking dando acesso a recursos federais para o setor, a quantidade de municípios turísticos saltou de 2.175 cidades (291 regiões) em 2016 para 3.285 (328 regiões) no ano passado. O novo mapa foi divulgado em fevereiro.
 
Só na Bahia houve um aumento de 28% no número de municípios turísticos, de 117 para 150 entre 2016 e 2017. Foram incluídos 52 destinos baianos e saíram outros 19, que figuravam nas categorias C, D e E. Desses 150, apenas quatro são categoria A: Salvador, Mata de São João, Porto Seguro e Cairu.
 
De acordo com o mapa, 23% dos municípios cadastrados (740) estão nas categorias A, B e C. Esses municípios concentram 93% do fluxo de turistas nacionais e 100% do fluxo estrangeiro. Os demais 2.545 municípios figuram nas categorias D e E. São destinos que não possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo. No entanto, observa o ministério, alguns possuem papel importante no fluxo turístico regional e precisam de apoio para a geração e formalização de empregos e estabelecimentos de hospedagem.
 
A nova categorização está valendo como parâmetro para solicitar apoio financeiro federal “para promoção de eventos geradores de fluxo turístico”. Municípios melhor classificados têm acesso a maiores recursos, independentemente do potencial turístico objetivo. Na faixa B estão também cidades como Feira de Santana e Vitória da Conquista.
 
Já municípios da Chapada Diamantina, região turística de reconhecido potencial, mas com pouca infraestrutura, estão classificados na faixa E. É o caso de Quixabeira, que foi incluído em 2017, Barra do Mendes e Ourolândia, que tem atrações como o Poço Verde. Os três ficam sem qualquer acesso a verbas para eventos que poderiam ampliar aquela mesma infraestrutura.

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