Pedra no Sapato
Há meses – anos a fio – que a revista Vilas Magazine vem chamando a atenção para o estado de abandono em que se encontra o rio Sapato, inclusive a pedido dos moradores, que são obrigados a conviver com a sujeira, o mato, as muriçocas – sem nunca terem recebido qualquer satisfação da prefeitura.
Eis que a prefeita Moema Gramacho é questionada por ouvintes, ao vivo, durante entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador, e afirma que o rio não apenas está limpo, mas que “está sendo limpo diariamente”. Como se a Vilas Magazine viesse inventando histórias há meses, quem sabe publicando fotos tiradas em outro local ou outro tempo.
A prefeita certamente acredita no que diz – ou no que lhe disseram os seus secretários. Chegou a afirmar que tinha provas do que dizia e desafiou um ouvinte a visitar o rio com ela. Certo é que nos dias seguintes à entrevista a limpeza no rio estava sendo feita, em trechos de Ipitanga, embora a maior parte dele continue lotada de baronesas, mato e muriçocas à data de fechamento desta edição – veja matéria e o mapa às páginas 14 e 15.
O Sapato há anos é maltratado por esgoto doméstico clandestinamente lançado na rede pluvial, não só em Vilas do Atlântico e não só por condomínios – como corretamente acusa a prefeita – mas por residências de todos os bairros do entorno. O odor fétido lançado por bueiros aqui e ali não deixa dúvidas disso. Um imenso canal de drenagem pluvial que alcança o rio em Ipitanga dá provas da mesma coisa.
Não por acaso, suspeitou-se que a reversão da drenagem da Lagoa da Base para a bacia do Sapato só faria piorar a contaminação do curso d’água. Tanto e de tal forma que ficou combinado dotar a Lagoa da Base de sistema de esgotamento sanitário antes de reverter a drenagem daquela área. A medida está nada menos que correta. Deixar o rio sujo por mais de um ano certamente ajuda a evidenciar a poluição pré-existente, se for essa a intenção – mas nem por isso se torna aceitável o lançamento de ainda mais esgoto doméstico.
Zombaria
O desrespeito à ação de fiscalização da secretaria de Meio Ambiente nos bares que ignoram a lei do silêncio em Vilas do Atlântico leva à conclusão de que a prefeita Moema Gramacho está certa: só chamando a polícia para “prender aqueles infratores”.
Que venha, então e já, a ordem.
A Lauro de Freitas que eu quero
Assim como a TV Globo pede que as pessoas de todo o Brasil digam que Brasil elas querem, a revista Vilas Magazine “ponga” na iniciativa, abrindo espaço, a partir da edição de maio, para que os moradores de Lauro de Freitas digam que cidade querem. Não teremos eleições municipais este ano, mas está sempre em tempo de representar o seu bairro e deixar claro o que querem seus moradores.
Quer providências para solucionar um problema no seu bairro e melhorar a qualidade de vida na sua comunidade? Quer dar sugestões que possam trazer benefícios aos moradores da cidade? Escreva para nós. Participe. Cidadania não se pratica apenas com questionamentos, mas sugerindo soluções, atuando ativamente pela melhoria de vida da comunidade onde se vive. Entendemos que essa é uma contribuição a qual não podemos nos omitir. Vamos fazer a diferença. Em vez de apenas criticar o gestor, vamos lhe dar sugestões, vamos contribuir enobrecendo o nosso relacionamento entre nossos vizinhos.
Envie suas sugestões, com fotos se preferir, com seus dados completos, para o e-mail redacao@vilasmagazine.com.br