Mortes no trânsito continuam motivando campanhas de conscientização

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Blitz educativa na Estrada do Coco envolveu agentes municipais, da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal
 
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) completou 20 anos em setembro, colecionando 688 resoluções anexadas aos seus 341 artigos, sempre na tentativa de aperfeiçoar um sistema que continua matando em escala de guerra civil.
 
Os dados oficiais mais recentes do Ministério da Saúde são de 2015, quando 38.651 pessoas morreram em acidentes de trânsito. O número é 11% inferior a 2014, mas continua elevado e vem sendo reduzido em ritmo demasiado lento.
 
O Brasil continua ocupando o quarto lugar no ranking mundial de mortes no trânsito, depois da China, Índia e Nigéria, todos países muito populosos. A Bahia conseguiu reduzir o número de vítimas em 472 vidas, passando de 2.737 para 2.265 entre 2014 e 2015. Ainda assim, uma enormidade.
 
Em números absolutos, foi a terceira maior diminuição de mortes entre os estados, logo após São Paulo (menos 1.169) e Rio de Janeiro (menos 709). Já proporcionalmente à frota de veículos do estado – 3,8 milhões de veículos em 2016 – a Bahia está em situação bem pior que os vizinhos do sul. São Paulo tem 27,3 milhões de veículos e registrou 6.134 mortes no trânsito em 2015. Já o Rio de Janeiro, com quase 6,4 milhões de veículos, matou menos que o trânsito baiano.
 
Apesar da redução de mortes, ainda foram hospitalizadas 158,7 mil pessoas em decorrência de acidentes de trânsito, com um aumento em relação aos acidentados com motocicletas e com bicicletas. Acreditando que a solução passa pela educação dos motoristas, as autoridades marcaram a Semana Nacional de Trânsito e Mobilidade no país, em setembro, com o tema “Minha escolha faz a diferença no trânsito”.
 
Em Lauro de Freitas como no resto do país, a prefeitura buscou mobilizar a população e conscientizar para “a importância de manter um comportamento cidadão nas ruas da nossa cidade, sobretudo respeitando as Leis de Trânsito e o espaço de cada um nas vias”.
FOTO: O inspetor da PRF Davi Santos fala a motoristas durante blitz educativa na Estrada do Coco: infringir a lei de trânsito é uma escolha
 
No posto da secretaria de Trânsito e Transporte na Estrada do Coco, Guarda Municipal e Polícia Militar fizeram uma blitz educativa que contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Todos os motoristas parados para fiscalização foram convidados a assistir uma palestra de cinco minutos dentro de um ônibus da PRF com ar refrigerado enquanto a documentação era conferida.
 
O inspetor Davi Santos, chefe do Grupo de Educação para o Trânsito da PRF na Bahia comandou a atividade, envolvendo os motoristas com uma apresentação dinâmica e atraente – sem dispensar a letra da lei. De acordo com ele, a PRF leva o ônibus-auditório a diversos pontos nas cidades e estradas durante as blitzen educativas. O uso do celular ao volante – uma escolha, como diz o mote da campanha – foi destaque na palestra. A insistência de alguns motoristas em dirigir alcoolizados também mereceu comentários do inspetor.
 
Para o Ministério da Saúde, a redução no número de mortes “pode estar relacionada à efetividade das ações de fiscalização após a lei seca”, implantada há nove anos. A pasta destaca que, além de mudar os hábitos dos brasileiros, “a lei trouxe um maior rigor na punição e no bolso de quem a desobedece”.
 
O condutor flagrado dirigindo sob efeito de qualquer quantidade de bebida alcoólica está sujeito a multa de R$ 2.934,70, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Na reincidência, o valor é dobrado.
 
Uma outra explicação é o desaquecimento no mercado interno de veículos e a integração dos municípios ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT). De acordo com o ministério, nas cidades onde foram criados órgãos executivos de trânsito houve um recuo médio de 12,8% no registro de mortes provocados por acidentes, enquanto nos demais ocorreu queda de 8,9%.

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