Não importa qual seja a religião. O ser humano ao nascer vem com um fundamento para a sua existência, nesta terra, que poderá se completar ou não, com a morte. Essa existência será representada pela direção tomada ou percorrida por cada um.
Da mesma forma que o universo evolui, permanentemente, o sentido da vida do ser humano é procurar evoluir para atingir a perfeição. Esse processo evolutivo não tem fim e ocorre passo a passo. Isso indica que o caminhar das pessoas deve ocorrer na direção correta.
Assim, o ser humano é o único responsável pela condução de sua vida. Não adianta querer culpar pessoas, condições socioeconômicas, raça e origem, pois a decisão para o direcionamento de sua existência depende, exclusivamente, dele.
Lembremos que o ser humano é detentor do livre arbítrio e de sua liberdade interior, que lhe estabelece a individualidade e, com isso, a responsabilidade de construir a si próprio, bem como o praticar dos seus atos.
Porém essa responsabilidade não se limita apenas a si, mas, principalmente, ao universo e à humanidade, onde ele representa uma minúscula peça desse contexto.
Embora o ser humano tenha seus limites, no entanto, poderá mergulhar nas intensidades de seus fundamentos e obter as condições necessárias para traçar ou modificar o plano de sua existência. Para tanto, o primeiro passo é a busca para o conhecimento de si próprio; em seguida, das pessoas que lhe rodeiam, da comunidade onde vive e do universo que faz parte. Conforme Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”.
No traçar do seu plano de existência muitas barreiras e dificuldades aparecerão, cabendo ao ser humano, com suas possibilidades incomensuráveis, superar riscos, limitações, pressões e, acima de tudo, dominar suas indecisões, renúncias e falta de determinação. Ou seja, promover a consciência do seu ser.
Ao ser humano integral, a lista que compõe o seu fundamento é demasiadamente grande e de tempo limitado. Por isso despreza a morte, pois tem noção que ela representa o fim das suas possibilidades, neste plano. Porém, seus principais fundamentos são estabelecidos: educação, família, amizade, solidariedade, respeito mútuo, trabalho árduo, evolução espiritual, preservação do meio ambiente, fé e responsabilidade.
Ao escrever este artigo, parei para pensar na minha existência. É evidente que falarei de mim. Não poderia ser diferente. Encerramos o ano de 2015 e deveremos iniciar o novo ano com forças redobradas, esperanças inefáveis e consciência de elevada amplitude, na busca incessante de construirmos o melhor para nós, nosso país e para a humanidade.
Porém, ao falar de minha existência neste plano, abordarei de forma lúdica, apresentando alguns dados que achei interessante, nos cálculos que se seguem! Todavia, mesmo na forma divertida, o objetivo deste artigo, acho eu, é verificar, na nossa existência, o que fizemos e o que poderíamos ter feito. “Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez”!
Também, analisar a visão que temos do passado, para identificar o quanto ainda temos que caminhar, viver o presente e planejar o futuro. Caso alguém goste do assunto, que faça suas contas.
Nasci em 28 de abril de 1943, portanto estou com 72 anos e 9 meses. A princípio não parece muita idade. Porém, se transformarmos em meses já são 873; em dias terei atingido 26.190; em horas pularei para 628.560; e em minutos é assustador: 37.713.600. Será que estes cálculos estão corretos?
Abordando sobre a minha alimentação, considerando uma média de 1 kg por dia (café da manhã, almoço, jantar, merendas, frutas, etc.) já ingeri cerca de 26 toneladas. Quanto ao líquido bebido (água, suco, café, leite, cerveja, etc.), considerando quatro litros por dia, atingi cerca de 104.760 litros.
No que se refere ao sono, indispensável à vida, considerando uma média de 6 horas por dia, já dormi 157.140 horas.
Falando de trabalho, comecei aos nove anos e já enfrentei diversos tipos. Calculando-se uma média de oito horas, por dia, em seis dias da semana, tenho acumulado no trabalho 177.660 horas.
Casei-me em dezembro de 1968, portanto estamos juntos, matrimonialmente, há 16.920 dias, sem falar no tempo de namoro. Com certeza esse tempo já representa uma existência!
Na atividade docente levei 10 anos ensinando apenas uma turma e 20 anos lecionando duas turmas, com 40 alunos, em média, semestralmente, em torno de 125 horas, por curso. Assim, trabalhei nesse segmento 12.500 horas e dei assistência a cerca de 4.000 alunos.
Sempre li muito, começando aos oito anos de idade, qualquer tipo e tamanho de livro, jornais, revistas, etc. Fazendo uma média de três horas, por dia, em leitura, posso registrar 76.000 horas nessa atividade. Também, muito me dediquei à produção literária, que a realizava, além dos horários normais de trabalho, muitas vezes à noite, domingos e feriados. Considerando uma média de quatro horas diárias e tendo começado aos 13 anos de idade, dediquei 85.920 horas nessa produção. Estou vaidoso de minha existência, embora alguns digam para mim: vá idoso!
Vou parar por aqui, pois cansaria os leitores com outras atividades, na minha existência. Esse exercício poderá promover o despertar para que cada leitor identifique suas realizações e o que ainda poderá ser feito, antes que a morte, neste plano, tolha suas esperanças de mais realizar.
“Nós não temos a condição de modificar nosso passado, mas temos todos os elementos para alterarmos nosso futuro”.
JAIME DE MOURA FERREIRA, Administrador, consultor organizacional, professor universitário, escritor, sócio fundador do Rotary Club Lauro de Freitas. e-mail: jamoufer@atarde.com.br