O CORONAVÍRUS, A 3ª GUERRA MUNDIAL E UM NOVO TEMPO (finalmente, o século 21)

0
343
Informações preliminares
O coronavírus (ou Covid-19) é a maior epidemia mundial dos últimos 102 anos, desde a gripe espanhola (1918-1920), que matou mais do que a 1ª Guerra Mundial (em combate morreram, aproximadamente, 20 milhões de pessoas); durante a gripe espanhola (que nem espanhola era), qualquer cálculo avança acima de 70 milhões de pessoas, inclusive a morte do então recém-eleito presidente do Brasil, Rodrigues Alves. Calma! Nessa época não havia antibiótico e as vacinas ainda eram muito primitivas.
 
Se os remédios e as vacinas (ainda em processo de laboratório) não resolverem, se houver descontrole no combate intensivo e desobediência civil ampliada, o coronavírus pode (Deus nos livre!) trazer lembrança da “peste negra”, que devastou a Europa na Idade Média, com epicentro na Itália, onde morreu 1 em cada 3 habitantes e, no continente, entre 75 e 200 milhões de pessoas (dados imprecisos). Sobre o tema, existe um livro, obra-prima da época, intitulado “Decameron”, do italiano Giovanni Boccaccio (1313-1375). E também existe um filme sobre o mesmo assunto, no circuito de TV por assinatura: “Maravilhoso Boccaccio”.
 
Coronavírus, Alvin Tofler e o segmento educacional
Num dia qualquer da segunda metade do século 20 perguntaram ao mestre norte-americano, Alvin Tofler, um dos profetas iniciadores e divulgadores da revolução digital (Alvin Tofler era notável, acima de tudo, por suas cáusticas ironias). Pergunta: “Mestre, como será a escola do futuro?” Resposta desconcertante: “E no futuro haverá escola?”
 
À época, muitos não entenderam. Hoje, a revolução digital e a escola virtual, on-line, com aulas à distância e teletrabalh o confirmam a profecia do professor, e cada vez mais ocupará espaço no contexto da educação mundial. A escola e as aulas pela internet serão marcas construtivas e multiplicadoras no século 21.
 
Alvin Tofler dizia que um analfabeto no futuro não será apenas quem não souber ler ou escrever, e sim aquele que não demonstrará capacidade de “aprender, desaprender e reaprender” (terceira onda), de forma eclética e dialética, como um rio corrente, interagindo com o mar.
 
Assim, torna-se fácil construir uma proporção simples: “A sociedade digital está para o mundo industrial, assim como o mundo industrial está para a sociedade agrícola, e assim como a revolução agrícola estava para o mundo das cavernas.”
 
E a educação infantil? E as séries iniciais?
 
Com toda razão, o infantil e as séries iniciais necessitarão de aulas presenciais, de forma complementar, após a pandemia, pelos seguintes motivos:
 
– Socialização infanto-juvenil: a criança precisa aprender a conhecer a si mesma e aprender a conviver com outras;
 
– Convivência presencial: desenvolvimento pleno da educação emocional;
 
– Formação da consciência crítica, de valores sociais e de multiplicidade de opiniões no espaço interpessoal.
 
O caso do Colégio Apoio, um dos pioneiros no Google, em Lauro de Freitas
Há quase três anos, o Colégio Apoio, estabelecido desde a origem de Vilas do Atlântico, firmou um convênio com o Google for Education (inclusos o “google meet” e avaliações pelo “google form”). Resultado: Com treinamento intensivo dos professores, hoje já existem professores do Apoio com “certificação Google”, a exemplo do mestre Lázaro Carvalho, professor de Filosofia. Esses cursos foram presenciais e, agora, remotos. Durante este mês de maio acontece um novo curso, que trará p romissores resultados. Muitos são os elogios recebidos de dezenas de famílias, cujo resumo será postado no site do colégio.
 
Assim, logo após o início da atual pandemia, as aulas do Colégio Apoio passaram a ser remotas (sala “meet”) e já estamos concluindo as avaliações da primeira unidade letiva, o que é permitido por legislação especial do MEC.
 
O mundo do presente e o mundo do futuro;
Consequências do coronavírus; Falsos valores;
A liderança da China
Lamentavelmente, pelo menos nos últimos 60 anos, o Ocidente vive calçando as sandálias da hipocrisia e dos falsos valores ex istencialistas, de origem francesa.
 
Não é este o espaço para discutir o assunto, mas basta um exemplo: Em muito países da Europa e América, a palavra “trabalho” retomou seu sentido original (trabalho = “tortura”, do latim tripalium, instrumento de tortura, com origem na cruz babilônica). É muito triste ver parte da mídia dividir a semana em dias bons (sextou, de sexta a domingo) e dias de trabalho ou de preocupação e amargura (segundou, de segunda a quinta).
 
Essa é uma visão distorcida e perversa da vida, com influência direta e deletéria no inconsciente coletivo, principalmente nas crianças e jovens adolescentes.
 
Qualquer dia é um dia feliz, basta que a pessoa esteja com saúde para trabalhar, criar, produzir, sorrir, ser feliz e manter a essencial alegria de viver. Basta ter harmonia com a natureza para atingir o equilíbrio pessoal.
 
Em muitos países asiáticos (não só na China!), a palavra “trabalho” segue a doutrina “taoísta”, em que o produto do trabalho individual é motivo de “alegria plena”, pela certeza de que a vida dessa pessoa não é inútil, nem um conjunto vazio (no Oriente, o trabalho tem sentido de criação pessoal, sucesso e realização existencial).
 
O mundo do presente: Qualquer observador atento percebe que o século 21 está começando agora, em 2020. Tivemos alguns ensaios, mas a revolução consistente ch egou agora. C h egou p ara abrir uma nova era para a humanidade. De início, observe-se que as centúrias do calendário são mera convenção (1801, 1901, 2001). Os séculos começam quando uma nova era se impõe à ordem anterior. Vejamos os últimos 600 anos:
 
– O século 15 não começou em 1401, e sim com o fim da Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra (1337-1453) e a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453), determinando o fim da Idade Média;
 
– O século 16 se antecipou. Tem início com a descoberta da América (1492) por Cristóvão Colombo;
 
– O século 17 também se antecipou. Seu início efetivo é em 1580 (naufrágio de Portugal e criação da União Espanhola (1580-1640);
 
– O século 18 marca-se, por exemplo, pela continuidade do Absolutismo europeu, mas termina antes de 1800, com a revolução americana (1776) e a Revolução Francesa (1789);
 
– O século 19 traz a marca e a ousadia de Napoleão Bonaparte: fez decair a nobreza europeia, com a extinção de um mundo que já durava mais de mil anos: o Sacro Império Romano Germânico, fundado por Carlos Magno. Napoleão, apesar de meio louco e violento, ofereceu ao O cidente o primeiro Código Civil, e adveio a herança democrática de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa. 
 
– O século 20 demorou de começar. Só despertou com a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e deixou como herança a maior revolução tecnológica e científica da humanidade, desde que o primeiro homo sapiens abandonou a caverna.
 
– Agora, o coronavírus dá início pleno ao século 21. Quem viver, verá. Quem vier depois, contará melhor.
 
Mensagem final de otimismo (I)
Depois de uma grande epidemia, aparece, normalmente, um tempo de grande progresso e avanço sociocultural da humanidade;
 
– No mundo antigo, uma epidemia, viajando de navio até o porto de Atenas, matou parte da população, inclusive o líder e genial Péricles, mas coroou uma era de grande progresso (o século de Péricles);
 
– A Peste Negra medieval ensinou aos europeus noções essenciais de higiene, limpeza e urbanização, além de abrir portas a novas ideias e a um novo mundo: o Renascimento dos séculos 15 e 16;
 
– Após a Gripe Espanhola (1918-1920) desenvolvem-se, na plenitude, os frenéticos anos 20, o automóvel, a aviação, a navegação com transatlânticos, o cinema mudo e depois falado, o cinema em preto e branco com a genialidade de Chaplin e uma criação tipicamente americana (filmes de faroeste), o  cinema em cores, o jazz americano, a rumba cubana, o samba e o carnaval brasileiros, o surgimento da vacina em larga escala e o antibiótico, um amplo desenvolvimento da medicina e dos recursos hospitalares, etc. O desenvolvimento da informática e da telemática, o surgimento da internet e dos aparelhos de uso pessoal, interligados a distância. No plano político, os valores da revolução russa, do fascismo e do nazismo ocuparam parte do século. Aqui estão apenas alguns exemplos.
 
Mensagem final de otimismo (II).
Algumas pistas do mundo do futuro (palpitômetro!)
Existe uma tese determinista, da qual não gosto muito, por ser determinista:
 
– Dos tempos antigos ao fim da Idade Média, o mundo era dominado pelo mar Mediterrâneo;
 
– Do século 16 ao século 20, o oceano Atlântico governou o planeta;
 
– A partir do século 21, chegou o tempo imperial do oceano Pacífico. Será?
 
– Uma verdade quase indiscutível: o extraordinário avanço do mundo on-line, da instantaneidade, do trabalh o remoto, da internet 5G, o que provocará um retorno das pessoas ao interior ou cidades de menor porte (Ex.: “os subúrbios” americanos);
 
– A progressiva substituição do petróleo por energia limpa (solar, eólica…);
 
– Novas lições de higiene, limpeza e relacionamento interpessoal;
 
– O retorno à vida bucólica e simples do interior, talvez um neoarcadismo (o carpe diem dos antigos latinos);
 
– A interligação instantânea do planeta, graças aos inovadores recursos da tecnologia;
 
– A revalorização e ressignificação da família – com um novo aprimoramento dos laços familiares; a redescoberta do afeto, da simplicidade, da fraternidade, e de antigos requisitos da vizinhança (agora, ao vivo ou on-line);
 
– O ressurgimento e fortalecimento das religiões. Deus é sentimento, é essência, é transfiguração. Conheci muitas pessoas cultas que não acreditavam em Deus porque não tinha existência material (ninguém via, nem pegava, nem sabia o peso e a altura). Vejam só: desde o começo dos tempos existe o bem e o mal, o dia e a noite, o frio e o calor, a saúde e a doença, o dualismo existencial. Que ironia! O coronavírus está destruindo parte da humanidade e ninguém o vê (a olho nu), nem sente o cheiro, nem a cor. É pena que muitas pessoas ainda continuem presa ao materialismo, mecanicismo e positivismo do final do século 19.
 
– A Realidade de Madhu (surpresa total!) Existe um livro com esse título, lançado em 2013, cuja autora, a brasileira e paulistana, Melissa Tobias, nascida em 1981, espiritualista de sólida influência indiana, afirma que em 2020 (acredite, se quiser!) aconteceria uma grande epidemia contra a humanidade. É uma excelente leitura em tempos de quarentena, visto que, no século 21, o espiritualismo ganhará do materialismo, de forma irrestrita e de goleada.
 
Pedimos especial licença à autora e aos leitores, mas é impossível deixar de transcrever o trecho fundamental do livro A Realidade de Madhu (Novo Século Editora), usando os verbos no passado: "Em 2020, quando a Terceira Realidade terminou de envolver todo o planeta Terra, uma pandemia global matou mais de três milhões de terráqueos. Foi um momento muito caótico que durou dois anos. Foi uma pandemia viral psicossomática, que penetrava somente em corpos imcompatíveis com a vibração do amor ao próximo. Não havia para onde fugir."
 
Calma, não se assustem! A autora, logo a seguir, tranquiliza: "E, depois do caos, veio a ordem. Atualmente, as cidades grandes estão completamente desérticas. Ninguém mais mora em cidades grandes. As pessoas migraram para locais mais próximas da natureza e do ar limpo, para fugir da pandemia. Vivem no campo ou em pequenas cidades do interior". 
 
– Conclusão: A verdade é que o coronavírus deu início à 3ª Guerra Mundial, ora em desenvolvimento. Uma guerra de um único soldado inimigo (Covid-19) contra a humanidade inteira. É pena que muitos continuem “dormindo profundamente”, como no poema do genial e tuberculoso pernambucano, o mestre Manuel Bandeira. Afinal, neste tempo nebuloso e incerto vale um conselho do pai da medicina moderna, o sábio árabe Avicena, em transcrição aproximada: "A preocupação é metade da doença; a tranquilidade é metade do remédio; e a paciência é o início da cura".
 
José Nilton Carvalho é membro benemérito e vice-presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui