Por que crescem as empresas?

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Quando se trata de descobrir as causas do crescimento de uma determinada empresa, ou de justificar por que aquela se destacou mais dentre tantas outras do mesmo ramo e da mesma época, são muitas as explicações que normalmente são dadas.
 
Muitas vezes se atribui o crescimento da empresa a um determinado executivo, que é considerado um “salvador da pátria”. Durante muito tempo se endeusou Jack Welch, o principal executivo da General Electric. Livros, artigos, reportagens, em tudo que se lia estava a citação desse homem “que salvou a GE” e era uma lenda viva. Depois a moda passa e aparece outro super executivo. 
 
Mas o crescimento incomum de uma empresa às vezes é atribuído a outras razões. Um programa de mudança interna, por exemplo. Um programa de Qualidade, que muda a cultura da organização, motiva as pessoas e produz aquele efeito surpreendente.
 
Há outras teorias a respeito.
 
Já foi moda, por exemplo, a reengenharia, que era uma coisa que ninguém sabia ao certo explicar, mas se traduziu em cortes de pessoal, redução do organograma, severa política de controle de custos, etc. Matou muitas empresas, mas também fez crescer outras.
 
Outros defendem a saída tecnológica. Seria o investimento em tecnologia de ponta, que supera em muito a produtividade da concorrência, reduz custos de produção e gera resultados fantásticos.
 
Enfim, são muitas as explicações e inúmeras as lendas corporativas sobre o sucesso das empresas.
 
Visando aprofundar esse assunto, Jim Collins fez uma pesquisa com mil e quatrocentas empresas americanas e publicou os resultados no seu livro “Empresas feitas para vencer – Por que apenas algumas empresas brilham”. As conclusões do estudo são interessantíssimas.
 
Começam por derrubar todas essas teorias de que falamos até aqui, e comprovam que não passam de mitos essas explicações que damos para o sucesso. As empresas de sucesso pesquisadas não têm uma história parecida com nada disso.
 
As empresas identificadas como de sucesso incomum, tiveram, em média, retorno financeiro sete vezes maior que os do mercado. Isto significa o dobro do que Jack Welch conseguiu na GE. Sem alarde e sem grandes divulgações. Algumas delas são nossas conhecidas. Por exemplo, o Laboratório Abbott, a indústria de papel Kimberly-Clark e a rede Kroger de Supermercados.
 
Nessas empresas vencedoras não houve milagre algum. Tudo aconteceu por um processo natural de boa gestão, com trabalhadores motivados, senso de disciplina, qualidade de produtos e serviços, e o tempo, que lhes trouxe uma marca forte e respeitada. Outras empresas do mesmo ramo que aplicaram outros tipos de solução, não conseguiram sucesso.
 
Collins explica com o exemplo do ovo, que um belo dia se parte e de dentro dele sai um pintinho. Engana-se quem pensar que o pinto foi um milagre daquele momento. Na verdade, ele cresceu dentro do ovo durante dias e dias até poder atingir o grau de maturidade para sair da casca. Nada acontece por acaso, num passe de mágica.
 
E depois ele dá o exemplo de uma grande e pesada roda. Para fazê-la começar a girar é preciso um grande esforço. Depois de dar a primeira volta, o esforço já se torna menor para empurrá-la na segunda. E mais fácil será na terceira. Mais rapidamente ela girará na quarta volta e assim por diante. Se você empurrar sempre na mesma direção com perseverança, ela girará sempre mais rapidamente e exigirá sempre menos esforço. Assim são as empresas, precisam de esforço perseverante, direção correta e algum tempo.
 
Sucesso não é milagre!

Raymundo Dantas é Escritor e palestrante, especializado em Marketing no Varejo, com Mestrado na Espanha. raymundo_dantas@uol.com.br

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